Pena para servidores pode chegar a 20 anos
Espírito Santo indicia 703 policiais militares
por revolta | Foto: Tânia Rego / Agência Brasil / CP
A Polícia
Militar do Espírito Santo indiciou 703 policiais militares (PMs) pelo crime de
revolta. Se condenados, a pena é de oito a 20 anos de detenção em um presídio
militar e a expulsão da corporação. Esses policiais tiveram o ponto cortado
desde sábado e não vão receber salário. O secretário de Segurança Pública,
André Garcia, informou que eles foram indiciados pelo crime militar de revolta
por estarem armados e aquartelados nos batalhões.
O
comandante-geral da Polícia Militar, coronel Nylton Rodrigues, disse que o
número de indiciamentos "com certeza" irá aumentar muito. Segundo
ele, o Comando da Polícia Militar identificou que os homens que estão
participando do movimento grevista são os que têm menos tempo de serviço na
corporação. "Esse movimento é realizado pelos praças (soldado, cabo,
sargento e subtenente). Não é um movimento dos oficiais", afirmou o
comandante-geral, em entrevista à imprensa na sede da Secretaria de Segurança
Pública. "Nossa tropa escolheu a forma errada (de negociação). Não se negocia
com a arma na cabeça", acrescentou Rodrigues.
O
secretário de Segurança também afirmou que o governo está identificando por
meio de imagens as mulheres e os parentes que estão participando das
manifestações e bloqueiam a entrada dos quartéis para evitar a saída das
viaturas. O objetivo é responsabilizar civilmente essas pessoas. A relação dos
parentes que estão à frente do movimento será encaminhada para o Ministério
Público Federal. "Essas pessoas vão pagar os custos da mobilização
das tropas federais do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. O recado está
dado para os familiares. Não vão sair isentos desse processo", disse
Garcia.
Tropas
podem retirar mulheres que participam de bloqueiam
O
secretário de Segurança Pública disse que as tropas das Forças Armadas e da
Força Nacional não serão mobilizadas em um primeiro momento para retirar as
mulheres que bloqueiam a entrada dos batalhões, mas não descartou essa
possibilidade. A cúpula da segurança pública anunciou as ações que serão
tomadas após reunião de negociação com o movimento grevista da Polícia Militar.
O encontro entre os secretários do governo do Espírito Santo e representantes
das mulheres e das associações de classe dos policiais militares terminou sem
acordo no início da madrugada desta quarta-feira após dez horas de
reunião.
Desde
segunda-feira, o patrulhamento no estado tem sido feito pelas Forças Armadas e
pela Força Nacional. O Ministério da Defesa anunciou ontem o reforço na
segurança em todo o estado. O comandante da força-tarefa da Operação Capixaba,
general Adilson Katibe, disse que, até o fim de semana, o número total de
militares deve chegar a 3 mil homens.
A
força-tarefa conta atualmente com 1.783 homens, sendo 1 mil do Exército, 373 da
Marinha, 110 da Força Aérea e 300 da Força Nacional.
Agência Brasil
Correio do Povo
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