terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Pedido de impeachment de Sartori chega à presidência da Assembleia

Ação é movida pelo Cpers Sindicato e se baseia nos atrasos dos salários dos servidores

Pedido de afastamento de Sartori será analisado por Silvana Covatti | Foto: Mauro Schaefer / CP Memória
   Pedido de afastamento de Sartori será analisado por Silvana Covatti | Foto: Mauro Schaefer / CP Memória

Após reassumir a presidência da Assembleia Legislativa, a presidente Silvana Covatti (PP) deve analisar, nos próximos dias, o pedido de impeachment do governador José Ivo Sartori (PMDB), protocolado pelo Cpers Sindicato. A solicitação, baseada em atrasos recorrentes de salário dos servidores do Executivo, tramita há três meses na Casa.

O pedido permaneceu em análise na Procuradoria da Assembleia até essa segunda e chegou hoje à mesa da deputada. A base jurídica usada pelo Cpers é a obrigação legal de que o Estado quite os vencimentos do funcionalismo no último dia útil de cada mês. Se não for arquivado pela progressista, o pedido de impeachment segue para a análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia.

Apesar de acreditar que dificilmente o pedido seja levado adiante, a presidente do Cpers, Helenir Schürer, destacou que a solicitação está bem fundamentada. “Agora depende dos deputados colocarem a mão na consciência e votarem favoravelmente. Há meses temos uma liminar judicial que impede o governador de parcelar os salários e essa vem sendo descumprida”, afirmou.

A presidente da entidade sindical do Magistério ainda lembra que o governo pretende derrubar o artigo da Constituição Estadual que determina a realização dos pagamentos no dia 30 a partir da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que modifica as datas de depósito do 13º salário do funcionalismo, assim como aplica um calendário crescente de quitação de salários. Ela alegou que o projeto foi apresentado de uma forma para a imprensa, mas tramita de outra na Assembleia Legislativa.

“O governo apresentou para a imprensa essa proposta de pagamento em que primeiramente seriam pagos os salários mais baixos, depois os médios e por último, os mais altos. Porém, o Piratini não encaminhou esse calendário para os deputados apreciarem, mas sim uma proposta de anulação do artigo 35 da Constituição. Sem um calendário, o governo terá liberdade para pagar quando quiser e atrasar 30, 60, 90, 120 dias”, complementou.

Somente em 2016, os depósitos dos salários foram fracionados por dez meses. No fim de dezembro, a Secretaria da Fazenda anunciou o parcelamento do 13º salário do funcionalismo.


Samantha Klein / Rádio Guaíba
Correio do Povo

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