segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Ministério Público denuncia Diretor da Oi por pagar propina a Maurício Dal Agnol

A Operação Carmelinda foi deflagrada em fevereiro de 2014


O Ministério Público Gaúcho denunciou na semana passada o Diretor Jurídico da empresa Oi por formação de quadrilha, estelionato, patrocínio infiel e lavagem de dinheiro. O advogado Eurico Teles e outras três pessoas são acusadas de participar de um esquema fraudulento liderado pelo advogado Maurício Dal Agnol, que lesou mais de 30 mil pessoas no Rio Grande do Sul.

O documento principal que demonstra a fraude criada por Eurico Teles e o advogado de Passo Fundo é um dos tantos papéis que foi encontrado em uma sala secreta da residência de Dal Agnol durante a Operação Carmelina, deflagrada pela Polícia Federal no mês de fevereiro do ano de 2014.

Naquela ocasião, a polícia conseguiu chegar ao esconderijo através de um torpedo anônimo repassado para a Rádio Uirapuru.

A fraude entre o Diretor Jurídico e Dal Agnol, consistiu no pagamento de uma propina no valor de 50 milhões de reais para que o escritório passo-fundense, que defendia 13 mil clientes, encerrasse os processos contra a empresa Oi.

O golpe iniciou quando o Diretor Jurídico Eurico Teles foi convocado para encontrar soluções e reduzir as dívidas na esfera judicial. Porém, o diretor preferiu contratar o escritório de Maurício Dal Agnol, que já possuía ações com valores superiores a R$ 638 milhões contra a empresa.

Neste contrato, a proposta foi o pagamento de 50 milhões de reais e 50% do valor total da dívida. Somente nesta manobra, calcula-se que a Oi conseguiu recuperar aproximadamente 300 milhões de reais.

Mesmo recebendo de forma ilegal os 50 milhões de reais para encerrar os processos, Dal Agnol embolsou mais de 300 milhões de reais que serviriam para ressarcir seus clientes, que em sua maioria de casos já haviam transitado em julgado.

O acusado do golpe milionário possuía uma facilidade para sacar os valores dos depósitos judiciais, pois tinha uma autorização feita no contrato com os clientes.

Durante as investigações da Polícia Federal, os agentes constataram que em quatro anos ocorreu uma movimentação nas contas bancárias do advogado gaúcho com quantias que ultrapassam o valor de 2 bilhões de reais.

A Polícia Federal também aponta que a fraude entre o advogado Dal Agnol e o Diretor Jurídico Eurico Teles era feita inicialmente por funcionários dos escritórios do advogado em Passo Fundo. Eles viajavam em vários municípios do estado na caça a donos de antigas linhas telefônicas e os convencia a processar a Oi.

Depois era só Maurício negociar os valores direto com o Diretor do Departamento Jurídico da empresa de telefonia.


Fonte: Rádio Uirapuru | Passo Fundo

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