quinta-feira, 23 de junho de 2016

Foragido da Operação Turbulência é encontrado morto em motel no Recife

Empresário Paulo César Morato era apontado como "testa de ferro" em esquema criminoso

* Com informações da Agência Brasil

Alvo de pedido de prisão da Operação Turbulência, deflagrada pela Polícia Federal nessa terça-feira, Paulo César de Barros Morato foi encontrado morto nesta quarta-feira em um motel em Olinda, região metropolitana do Recife. A Polícia Civil investiga o caso que só será repassado à Polícia Federal caso seja encontrada alguma relação entre a morte e a investigação. Paulo constava da lista de foragidos da Interpol.

Ainda não há informações sobre as circunstâncias da morte de Morato. A PF acompanha o caso, mas a responsabilidade da investigação é da Polícia Civil. "Se, porventura durante o percurso das investigações, alguma circunstância aponte vínculos ou tenha ligação com os fatos que estão sendo apurados dentro da Operação Turbulência poderemos entrar no caso", informou a PF em nota.

De acordo com um funcionário do motel que pediu para não ser identificado, o empresário entrou no local por volta de 11h40. A equipe do estabelecimento começou a suspeitar de que algo estava errado por causa da demora em sair, porque as ligações feitas para o quarto não eram atendidas e por um mau cheiro vindo de dentro do local. A Polícia Militar foi chamada e arrombou a porta, encontrado Morato sem vida na cama. O funcionário relatou ainda que ele vestia calça jeans e estava sem camisa e que não havia marcas de sangue visíveis. 

Na terça-feira, a PF cumpriu quatro das cinco prisões preventivas decretadas na operação: Apolo Santana Vieira, Eduardo Freire Bezerra Leite e João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, líderes da organização, e Arthur Roberto Lapa Rosal, investigado com testa de ferro do grupo, assim como o empresário encontrado morto.



A PF o apontou como “testa-de-ferro” de um esquema de lavagem de dinheiro que desviou R$ 600 milhões. A lavanderia foi descoberta a partir de investigação sobre os proprietários do avião usado pelo ex-governador Eduardo Campos na campanha presidencial de 2016.

“Não só compõe o quadro societário de empresas fantasmas ou emprestam sua própria conta pessoal para recebimento e movimentação dos recursos espúrios, mas também coopta outros “laranjas” para o mesmo mister.”

A operação

A Polícia Federal (PF) deflagrou na terça-feira a operação Turbulência contra um grupo especializado em lavagem de dinheiro, em Goiás e Pernambuco, que teria movimentado mais de R$ 600 milhões desde 2010.
A investigação começou, segundo a PF, a partir da análise de movimentações financeiras suspeitas detectadas nas contas de algumas empresas envolvidas na aquisição da aeronave Cessna Citation PR-AFA. Esse avião transportava o ex-governador de Pernambuco e o então candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, no acidente de agosto de 2014, em que ele morreu.

A PF constatou que essas empresas eram de fachada, constituídas em nome de "laranjas", e que realizavam diversas transações entre si e com outras empresas fantasmas, inclusive com algumas empresas investigadas no bojo da operação Lava Jato.


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Correio do Povo

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