sexta-feira, 27 de novembro de 2015

“Fizeram uma emboscada para matar meu filho”, diz mãe de motorista do Uber

Mulher denuncia “espancamento brutal” em supermercado da zona Leste de Porto Alegre

Taxista faria exames para detectar se havia alguma lesão interna, além dos hematomas e cortes no rosto | Foto: Fabiano do Amaral
   Taxista faria exames para detectar se havia alguma lesão interna, além dos hematomas e cortes no rosto
   Foto: Fabiano do Amaral

“Meu filho foi brutalmente espancado, principalmente na cabeça”, denunciou a mãe inconformada, num misto de choro e raiva. Ela testemunhou o atendimento ao filho, motorista do Uber, após este ser agredido por taxistas na zona Leste de Porto Alegre. “Fizeram uma emboscada para tentar matar ele”, afirmou.

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De acordo com ela, o filho realizou tomografias por volta das 21h30min e recebeu alta no fim da noite, quando foi encaminhado para prestar depoimento. Apesar dos muitos cortes e hematomas no rosto, exames não apontaram lesões internas. “Meu filho ficou destruído. Eles destruíram tudo: motorista e carro”, lamentou.

A mãe enfatizou que a situação foi um plano elaborado pelos agressores. “Chamaram ele e ficaram rodando pela cidade até que, em determinado momento, o indivíduo pediu para ir ao Carrefour", narrou. "No estacionamento, se juntaram em uns dez e espancaram mesmo”, relatou. “E isso tudo dentro de um mercado, no pátio de um local particular”, protestou.

De acordo com ela, somente a intervenção de algumas pessoas que estavam no estabelecimento impediu uma violência maior. "Só não mataram porque ele teve apoio de muitas pessoas, principalmente mulheres que estavam fazendo compras”, contou. “Cinco dessas moças tomaram a defesa dele, mães e senhoras. Também ligaram para quem precisava ligar”, detalhou a mãe da vítima.

Em meio à revolta, ela garantiu que fará o que estiver a seu alcance para que os agressores respondam pelo que fizeram. “Meu filho pode se recuperar fisicamente, mas não tem recuperação psicológica para o que foi feito com ele”, frisou. “Quem são eles para decidir o que as pessoas podem ou não podem fazer? No que podem trabalhar?”, questionou. 


Bernardo Bercht
Correio do Povo

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