quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Ijuí: Escândalo no cemitério municipal - Túmulos vendidos ilegalmente há mais de 15 anos


Pelo menos dez pessoas estão agindo ilegalmente no Cemitério Municipal. Vendem as carneiras e fazem o sepultamento dos mortos, mas não pagam nenhuma taxa junto à Prefeitura. E mais, esses túmulos são de outras pessoas, cujas ossadas são retiradas e jogadas no lixo. Em certos casos, familiares já chegaram a reclamar na Prefeitura, que tem conhecimento sobre o que está acontecendo no Cemitério Municipal. Foto: Portal Ijui.com


A denúncia de uma comerciante local expõe um problema gravíssimo que vem acontecendo em Ijuí há pelo menos 15 anos.

Pelo menos 10 pessoas se beneficiam diretamente com a venda irregular de carneiras – construção cemiteriais – e entre elas estão proprietários de funerárias, conhecidos da prefeitura, que faz vistas grossas aos casos.

Conforme a empresária, que realizou a denúncia à reportagem do Ijui.com, ela se sente prejudicada, pois trabalha com a venda de carneiras e construção de túmulos há muitos anos.

Pois, de acordo com a empresária, estas pessoas, que agem ilegalmente, vão destruindo antigos túmulos e aqueles que os familiares não reclamam, retiram a ossada, jogam fora e vendem o espaço novamente, tendo um alto lucro com isso e sem ao menos realizar o registro da venda junto a prefeitura.
  
Denúncia chegou ao ex-prefeito Valdir Heck, ao prefeito Ballin e ao secretário Bira Erthal, que nada fizeram

“Eu já denunciei o fato. A primeira vez falei com o ex-prefeito Valdir Heck, que na época, me disse para não me meter com isso. Posteriormente retornei a falar com o prefeito Fioravante Ballin, o qual disse desconhecer o problema e relatou que tomaria providências. Conversei novamente com Ballin e secretário Bira, que acabaram negando que isso acontece”, explicou, dizendo o Ballin foi o único que se demonstrou interessado a ajudar a apurar os fatos.


Porém, o problema é ainda mais sério do que se possa imaginar.

Conforme a denunciante, há algum tempo atrás, uma senhora com cerca de 80 anos, foi até o cemitério municipal visitar o túmulo do falecido marido, quando se deparou com outra pessoa enterrada no mesmo lugar.

Como havia feito os serviços fúnebres em uma empresa, a idosa foi até a empresa verificar o que tinha acontecido.

“O túmulo do marido dessa mulher havia sido violado e vendido para outra família. Em busca de uma solução, a idosa foi até a prefeitura, a qual lhe entregou uma ossada e os restos mortais do falecido em uma caixa. Mas quem garante que são os ossos do marido dela?” indaga.

Além disso, os crânios somem, e a maioria das vezes, os ossos e restos mortais são jogados no lixo.

Em uma gravação telefônica realizada pela empresária, um agente funerário admite ter vendido ilegalmente uma carneira para o enterro do pai de um empresário local. O custo foi de R$ 8 mil, os quais os agentes funerários dividiram e uma parte acabaram repassando a uma empresa que é responsável pela venda das carneiras. 

Na conversa, o agente funerário pede para que a empresaria não denuncie o fato e que feche os olhos para este caso, para que não perca dinheiro, alegando que da próxima vez fariam como manda a lei.

De acordo com ela, os restos mortais só podem ser retirados após seis anos e meio do enterro e com autorização de familiares. Mas estas pessoas que trabalham ilegalmente cuidam dia após dia os túmulos que não recebem visitas e, percebendo aqueles que são esquecidos pelos parentes, começam a destruí-los, não havendo reclamação, violam o túmulo e o vendem novamente.

O valor médio dessas carneiras varia de R$ 6 a R$ 12 mil, dependendo do local que está situado dentro do cemitério. “Tem casos que vendem o mesmo túmulo e nem retiram o antigo defunto, enterra uma pessoa em cima da outra”, relata a empresária.

Ela conta que já foi ameaçada de morte diversas vezes pelos agentes funerários que agem ilegalmente. Além disso, ela alega que muitas pessoas possuem a chave do portão do cemitério e que não deveriam ter, pois não são funcionários da prefeitura.

A reportagem procurou alguns agentes funerários da cidade para conferir se haviam mais casos, mas eles não quiseram se pronunciar a respeito.

O caso está sendo encaminhado ao Ministério Público.




Fonte e Fotos: Portal Ijui.com

Um comentário:

  1. mas que tal amigo Joceli, Sarandi tem os mesmos problemas, isso quando não se adonam dos terrenos,..

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