terça-feira, 21 de julho de 2015

Saiba como foi a investigação que levou à reabertura do inquérito sobre a morte da mãe de Bernardo


Saiba como foi a investigação que levou à reabertura do inquérito sobre a morte da mãe de Bernardo
   Empresa segue investigando paralelamente o caso/Foto: Ilustração

O inquérito policial arquivado pela Polícia Civil e a Justiça de Três Passos sobre a morte de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo, só foi reaberto a pedido do Ministério Público depois que uma empresa criminalística forense, contratada pela família da vítima, concluiu que haveria uma terceira pessoa na cena do crime e que a carta de suicídio teria sido escrita por outra pessoa.

Conforme a Sewell Investigações e Pericias Criminais, na primeira etapa, os investigadores começaram a investigar o caso Odilaine Uglione em agosto de 2014. “Assim como nas fotos a cena do crime fala por si só, desde que vimos a cena do crime de Odilaine Uglione ficou claro que não era um “suicídio”, afirmou a empresa ao Três Passos News.

Ainda conforme a Sewell, foi feita primeiro a Perícia Balística, a que comprovou cientificamente que o fato reveste todas as características de Homicídio Premeditado. Posteriormente, foi realizada uma Perícia Grafológica que determinou que a autora da escrita apresentava sintomas de eurofia, alegria e satisfação, indicando que a mesma se beneficiaria positivamente de alguma forma com o resultado.

Segundo a Sewell, logo após foi realizado um exame Grafotécnico confirmando que a escrita não corresponde ao punho e letra da  vítima. Consecutivamente,um perito com 30 anos de experiência no TJ do Rio Grande do Sul determinou que a escrita da carta correspondia à secretária do médico Leandro Boldrini.Juntadas todas as informações científicas, foi efetuado uma Análise Criminal que determinou toda a dinâmica dos fatos.

Ainda segundo a Sewell, na segunda etapa da investigação foi determinada pela diretoria da empresa o envio de dois agentes à cidade de Três Passos com a missão de efetuar novos levantamentos, procurar novas testemunhas e obter novas provas que pudessem reforçar a investigação realizada pela Polícia Civil, logrando identificar os seguintes fatos: Detetive particular, Boletim de Ocorrência realizado pela vítima dias antes de sua morte, Possível tentativa de homicídio frustrado e Compra da casa e reforma efetuada pela secretária.

De acordo com a Sewell, ainda seus profissionais estão com três novas informações que serão confirmadas e se as mesmas forem provadas serão entregues ao advogado da família da Odilaine para que o mesmo coloque em conhecimento do delegado encarregado das investigações.

O inquérito policial sobre a morte de Odilaine Uglione foi reaberto a pedido do Ministério Público no dia 21 de maio e está sob a responsabilidade do delegado Marcelo Lech, de Santa Rosa, que já ganhou um novo prazo de 30 dias para concluir as investigações. O caso vem sendo acompanhado, paralelamente, pela Sewell Investigações e Perícias, que apontou através de perícias que a morte da mãe do menino Bernardo teria sido um suicídio forjado.

Entenda o Caso Odilaine

Conforme a polícia, Odilaine teria cometido suicídio dentro do consultório do pai de Bernardo, Leandro Boldrini, no dia 10 de fevereiro de 2010, em Três Passos. No inquérito policial, consta que ela comprou um revólver calibre 38 pouco antes de ir à clínica. Além disso, também há o registro de um bilhete em que a secretária do médico, Andressa Wagner, entregaria ao patrão, alertando sobre a chegada de Odilaine. O processo conta com depoimentos de testemunhas que estavam na sala de espera no dia da morte e com documentos referentes a uma possível divisão da pensão a ser paga após o processo de separação do casal.

Já a defesa da família Uglione alega que houve falhas na investigação da morte da mãe de Bernardo, entre as principais, estão divergências quanto ao exato local da lesão no crânio de Odilaine; existência de lesões no antebraço direito e lábio inferior da vítima; lesões em Leandro Boldrini; vestígios de pólvora na mão esquerda da vítima, que era destra; ausência de exame pericial em Boldrini, uma carta fraudada supostamente deixada pela mãe de Bernardo e a própria morte do garoto, que configuraria um fato novo.

Entenda o Caso Bernardo

Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos. Dez dias depois, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico, enterrado às margens de um rio. Foram presos o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e uma terceira pessoa, identificada como Edelvânia Wirganovicz. Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, também foi preso acusado de participar da ocultação do cadáver. Os quatro foram indiciados e deverão ir a julgamento.


Fonte: Três Passos News

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