terça-feira, 30 de junho de 2015

Perito apontado como parente de médico é requisitado para depor sobre a morte da mãe de Bernardo


Perito apontado como parente de médico é requisitado para depor sobre a morte da mãe de Bernardo
   Perito que atuou no caso seria parente de Leandro Boldrini, segundo advogado/Foto: Reprodução

O médico perito Douglas Loma Pierola também foi requisitado pelo Ministério Público, por meio de parecer encaminhado à Justiça de Três Passos, para ser ouvido através de oitiva no inquérito policial que reinvestiga a morte de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo.

As investigações sobre o caso foram reabertas a pedido do Ministério Público depois que perícias particulares atestaram que a carta de suicídio supostamente atribuída à Odilaine foi forjada e que uma terceira pessoa estava no local no momento do fato.

De acordo com o documento do MP, “para fins de confrontação da conclusão no sentido de que havia terceira pessoa dentro da sala de atendimento, impõe-se a oitiva do médico perito Douglas Loma Pierola, mediante complementação da perícia realizada por ele, para o fim de que preste esclarecimentos acerca da posição da arma de fogo por ocasião do disparo (se o cabo da arma estava direcionado para cima ou para baixo) e das marcas no corpo da vítima (se condizentes com marcas efetuadas por terceira pessoa).”

Conforme Marlon Taborda, advogado de Jussara Uglione, mãe de Odilaine, no programa Repórter Record Investigação, em 7 de julho de 2014, o médico perito seria colega, amigo e parente do médico Leandro Boldrini e, de acordo com ele, jamais poderia ter atuado no caso. Segundo Taborda, o Dr. Douglas Loma Pierola teria grau de parentesco com o pai de Bernardo uma vez que sua filha seria casada com um primo de Leandro Boldrini. O perito negou que isso tenha interferido no caso.

O advogado ainda apontou outros cinco fatos graves no inquérito policial: a carta de despedida que não teria sido escrita por Odilaine; resíduos de pólvora na mão esquerda da vítima que era destra; o telefonema anônimo à polícia induzindo o suicídio; a falta de exame residuográfico nas mãos de Leandro Boldrini e o revólver encontrado no chão com o cabo enrolado em um pano.

O inquérito policial que reinvestiga a morte de Odilaine Uglione é conduzido pelo delegado Marcelo Mendes Lech, da Delegacia de Polícia de Santa Rosa, e foi reaberto oficialmente no dia 21 de maio.

Entenda o Caso Odilaine

Conforme a polícia, Odilaine teria cometido suicídio dentro do consultório do pai de Bernardo, Leandro Boldrini, no dia 10 de fevereiro de 2010, em Três Passos. No inquérito policial, consta que ela comprou um revólver calibre 38 pouco antes de ir à clínica. Além disso, também há o registro de um bilhete em que a secretária do médico, Andressa Wagner, entregaria ao patrão, alertando sobre a chegada de Odilaine. O processo conta com depoimentos de testemunhas que estavam na sala de espera no dia da morte e com documentos referentes a uma possível divisão da pensão a ser paga após o processo de separação do casal.

Já a defesa da família Uglione alega que houve falhas na investigação da morte da mãe de Bernardo, entre as principais, estão divergências quanto ao exato local da lesão no crânio de Odilaine; existência de lesões no antebraço direito e lábio inferior da vítima; lesões em Leandro Boldrini; vestígios de pólvora na mão esquerda da vítima, que era destra; ausência de exame pericial em Boldrini, uma carta fraudada supostamente deixada pela mãe de Bernardo e a própria morte do garoto, que configuraria um fato novo.

Entenda o Caso Bernardo

Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos. Dez dias depois, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico, enterrado às margens de um rio. Foram presos o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e uma terceira pessoa, identificada como Edelvânia Wirganovicz. Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, também foi preso acusado de participar da ocultação do cadáver. Os quatro foram indiciados e deverão ir a julgamento.


Fonte: Três Passos News

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