O volume de leite produzido pelos três estados do sul equivale ao
mesmo da Argentina, cerca de 12 bilhões de litros/ano. Desde meados deste ano,
os secretários de Agricultura Rio Grande do Sul, Claudio Fioreze, do Paraná,
Norbeto Ortigara, de Santa Catarina, Airton Spies, junto com técnicos, vem
construindo a Aliança Láctea Sul Brasileira, cujo fundamento é padronizar a
assistência técnica, capacitação e a sanidade e por consequência a qualidade do
leite. As questões tributárias serão tratadas de forma conjunta para resolver o
problema da guerra fiscal, que ora favorece a comercialização de produtos
lácteos de um estado, prejudicando outro, ou vice-versa.
Na última segunda feira,
(8) foi realizada, em Curitiba, a segunda reunião de trabalho da Aliança. O
encontro foi coordenado aconteceu na sede da Federação da Agricultura do Paraná
(FAEP) e reuniu os secretários da agricultura do Rio Grande do Sul, Paraná e
Santa Catarina.
Na abertura, o presidente
da Faep, Ágide Meneguette, lembrou que a Aliança Láctea “está fazendo história
ao reunir governos de três estados e a iniciativa privada como protagonistas
dessa ação pioneira para a construção de um bloco produtor e exportador de
leite com qualidade”. Hoje a estimativa é que existam nos estados sulinos cerca
de 300 mil produtores de leite e perto de 1000 indústrias, o que dá a dimensão
desse setor.
Cinco grupos temáticos
trabalham em torno de ajustes da cadeia do leite e na reunião os secretários
debateram seus primeiros resultados
Os temas
- Sobre a IN 62, que
determina os parâmetros para a qualidade do leite nacional ficou definido que a
Aliança se pronunciará apontando as necessidades de adaptá-la, assim que for
colocada em consulta pública. Essa Instrução Normativa do Mapa trata principalmente
da captação, da presença de células somáticas e do número de bactérias no
leite. Técnicos dos três estados se concentrarão na busca de trabalhos
científicos para sustentar as propostas a serem encaminhadas.
- Na assistência técnica
aos produtores de leite foram apresentados exemplos de sucesso nos três
estados, com metodologias semelhantes e bons resultados. O desafio é a
harmonização de conceitos.
- Todos os elos da cadeia
leiteira também se mobilizarão para definir modelos de assistência técnica aos
fornecedores de leite através de convênios a serem buscados entre Mapa, MDA e
indústrias.
- Na questão sanitária
serão intensificadas as medidas para controle e erradicação da brucelose e
tuberculose por área geográfica e no controle do trânsito de animais para
evitar a entrada e proliferação de doenças.
- No combate a fraudes foi
destacado o total apoio da Aliança Láctea Sul Brasileira para a continuidade
das investigações com punição severa aos fraudadores. Atualmente a Polícia
Federal e os Gaecos (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado)
já vem atuando com sucesso na identificação e punição dos envolvidos também em
Santa Catarina, a exemplo do trabalho feito pelo Ministério Público Estadual no
Rio Grande do Sul;
- o Grupo de Trabalho, que
trata da Organização Setorial, apresentou o modelo implantado no Rio Grande do
Sul através da trilogia do Prodeleite, Fundoleite e IGL, sugerindo como uma
base de estruturação dos trabalhos setoriais na Aliança Lactea. Na área das
relações interinsticuinais apresentou um modelo de trabalho que está sendo
feito no Paraná, através do Programa Sebratec, para implantação do Sisbi
Lácteos.
A Aliança buscará
disciplinar as responsabilidades no transporte e manipulação do leite, porque
as fraudes ocorrem entre a captação na propriedade rural e a entrega na
indústria.
A próxima reunião ficou
agendada para os dias 23 e 24/03/2015 em Porto Alegre.
A comitiva do Rio Grande
do Sul contou com a presença: Cláudio Fioreze (Secretário da Agricultura, Pecuária
e Agroengócio), João Milton Cunha (Câmara Setorial do Leite do RS), Oreno
Ardêmio Heineck (IGL), Jaime Eduardo Ries (Emater), Ivandré Merlin (SDR) e
Sérgio Renan Alves.
Fonte: Nadressa Cattani/Cynthia
Calderon
Secretaria
da Agricultura, Pecuária e Agronegócio
Publicação 09/12/2014 às 16:06
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