quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Quadrilha é suspeita de desviar R$ 30 milhões dos cofres públicos

Duas pessoas foram presas pela PF no Rio Grande do Sul

Propinas iniciavam em R$ 20 mil e podiam chegar a R$ 100 mil | Foto: PF / Divulgação / CP
   Propinas iniciavam em R$ 20 mil e podiam chegar a R$ 100 mil | Foto: PF / Divulgação / CP

A Polícia Federal (PF) de Santa Catarina desencadeou nesta quarta-feira a operação Ave de Rapina com o objetivo de desarticular um esquema de corrupção montado na Câmara de Vereadores, no Instituto de Planejamento Urbano e na Fundação Cultural Franklin Cascaes, em Florianópolis. Um fabricante gaúcho de controladores de velocidade está entre as empresas investigadas. Os prejuízos aos cofres públicos da prefeitura da cidade catarinense podem passar dos R$ 30 milhões. As propinas iniciavam em R$ 20 mil e podiam chegar a R$ 100 mil, envolvendo servidores públicos, vereadores e empresários. As investigações, iniciadas em novembro do ano passado, foram conduzidas pelo delegado Alan Dias.

Treze pessoas foram presas, duas delas no Rio Grande do Sul: uma no Aeroporto Internacional Salgado Filho de Porto Alegre e outra em Santa Cruz do Sul. Em Flores da Cunha, na Serra, foram apreendidos R$ 35 mil nesta quarta-feira. Em setembro, um ex-chefe da Guarda Municipal de Florianópolis foi preso, com apoio da Polícia Rodoviária Federal, no Rio Grande do Sul. Ele estava com cerca de R$ 100 mil destinados ao pagamento de propina em Eldorado do Sul. 

Em Florianópolis, o presidente da Câmara de Vereadores prestou depoimento ainda de manhã após condução coercitiva, enquanto o presidente da Fundação Franklin Cascaes foi preso ao amanhecer. Dois vereadores catarinenses também estão detidos, mas um terceiro encontra-se foragido. 

Durante a operação foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão, de prisão e de condução coercitiva em Florianópolis e Joaçaba, em Santa Catarina (SC), e também em Porto Alegre, Vera Cruz, Santa Cruz do Sul e Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul (RS). 

Uma das empresas citadas divulgou nota na tarde desta quarta-feira. 

Na condição de Advogados constituídos para atuar em defesa de Eliseu Kopp, informamos que temos por princípio fazer todas as nossas manifestações apenas nos autos dos processos, preservando o respeito ao Juízo e mantendo a discussão apenas no âmbito judicial.

Reiteramos o nosso respeito pela nobre atividade desempenhada pela imprensa.

Cordialmente;

Ezequiel Vetoretti, Rodrigo Grecellé Vares e Melani Feldmann

Santa Cruz do Sul – RS, 12 de Novembro de 2014.


As investigações, que apuraram os crimes contra a administração pública na capital catarinense, comprovaram o recebimento de dinheiro de empresários por servidores públicos em troca da manutenção ou elaboração de contratos milionários. Os policiais federais constataram que empresas especializadas em radares e lombadas eletrônicas, incluindo uma gaúcha, simulavam concorrência em licitações com o apoio dos servidores investigados, visando garantir a elaboração de contratos com o poder público. Em troca, as empresas pagavam mensalmente propina aos integrantes da organização criminosa.

Durante o trabalho investigativo foi descoberto ainda que empresários especializados em eventos festivos e culturais fraudavam licitações, também com a participação ativa de servidores públicos, através do recebimento de informações privilegiadas relativas às empresas concorrentes e orientações de como proceder para fraudar o certame, com consequente desvio ou apropriação de recursos públicos.

Os policiais federais verificaram também a existência de corrupção na elaboração de leis municipais em Florianópolis, com o propósito de beneficiar empresários, que pagavam altas quantias em dinheiro para ter seus interesses estampados nas normas municipais.

Ao longo das investigações, a PF detectou a realização de depósitos e saques do dinheiro referente à propina, com a utilização da conta de laranjas. Aditivos contratuais superfaturados elevavam o valor das propinas.

Fonte: Correio do Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário