segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Policial que esteve na casa de Boldrini terá que explicar falha em registro

Brigadiano foi até a residência no dia em que Leandro brigou com o filho Bernardo

A Brigada Militar de Três Passos instaurou processo administrativo-disciplinar para verificar a conduta do policial que atendeu a um chamado na noite de agosto de 2013 na casa da família Boldrini. O brigadiano, que é o mais antigo da guarnição do município, deixou de registrar um boletim de atendimento, procedimento padrão para consumo interno da corporação. Uma sindicância foi instalada em outubro, após a divulgação de um vídeo na primeira audiência de instrução do processo que apura a morte de Bernardo Boldrini. Na gravação, ouve-se gritos do menino e Leandro, pai de Bernardo e acusado de participação no assassinato, avisa que uma viatura da Brigada Militar estacionou em frente à residência.

“O atendimento interno foi incompleto por parte dos policiais que fizeram o atendimento. Em tese, ele (o policial) cometeu algo irregular, uma ação incompleta”, explica o capitão Paulo Rocha do Nascimento, responsável pelo 7º BPM de Três Passos. O policial que cometeu a falha será convocado para explicações nos próximos dias. “Ele vai ter que se explicar. Pode ter sido um erro, esquecimento ou não havia como registrar o atendimento”, argumenta Nascimento. Na prática, aponta o capitão, não há como saber que tipo de punição será aplicada. O resultado do processo deve ser divulgado até o final de novembro.

Bernardo Boldrini foi morto no dia 4 de abril. O corpo do menino foi encontrado no dia 14 daquele mês. O pai, a madrasta, Graciele Ugulini, a amiga do casal, Edelvânia Wirganovicz, e o irmão dela, estão presos acusados de participação no crime. O processo tramita no Fórum de Três Passos e está em fase de audiências de instrução, que é quando o juiz ouve as testemunhas indicadas pela acusação e defesa para decidir sobre qual crimes os réus serão julgados.

Fernanda Pugliero
Correio do Povo

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