quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Haitianos vindos do Acre não querem permanecer no RS

Imigrantes estão sendo encaminhados para estados das regiões Sul e Sudeste

Maioria dos haitianos não quer permanecer no Rio Grande do Sul | Foto: Ricardo Giusti
   Maioria dos haitianos não quer permanecer no Rio Grande do Sul | Foto: Ricardo Giusti

Os imigrantes haitianos que estão sendo encaminhados ao Rio Grande do Sul pelo governo do Acre dizem que não pretendem ficar em território gaúcho. Essa é a afirmação da Assessoria de Cooperação e Relações Internacionais do governo do Estado, que monitora a chegada do grupo a Porto Alegre. O primeiro ônibus chegou no início da semana, mas a primeira acolhida oficial foi informada ao governo nessa quarta-feira. O segundo ônibus chegou na manhã desta quinta-feira à Rodoviária da Capital, com 32 imigrantes a bordo. Nove permaneciam na estação no início da tarde. Os demais já foram encaminhados para os estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

De acordo com Fabio Balestro, da Assessoria de Cooperação, o governo do Acre não realizou uma consulta específica aos imigrantes, que em maioria não querem permanecer no Rio Grande do Sul. O Executivo estadual também não foi consultado sobre a viagem dos haitianos: “ficamos sabendo pela imprensa”, afirmou Balestro.

Os quatro ônibus que deixaram o Acre partiram nos dias 21, 22, 23 e 24. O governo está em reunião nesta quinta-feira à tarde a fim de encontrar alternativas viáveis para receber os imigrantes e evitar que eles passem por situações de vulnerabilidade. Pelo menos mais quatro ônibus devem chegar.

A maioria dos imigrantes que chegou nessa madrugada pensou estar em Santa Catarina, onde já tinha contatos ou familiares. Depois de quatro dias de viagem, que começou em Rio Branco, capital do Acre, eles chegaram ao “Porto da Alegria”, como chamaram a capital gaúcha. Em papeis, eles traziam os nomes das cidades que queriam ir, como Itajaí, Blumenau e Brusque.

O número de haitianos deixando o país caribenho aumentou em 2011, após o terremoto. Segundo dados do Ministério do Trabalho, havia em 2013 14.579 deles trabalhando no Brasil, contra 814 em 2011.

Ananda Müller / Rádio Guaíba

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