sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Granizo prejudica fumo, uva, soja e milho no sudoeste do Paraná

Fenômeno deve atingir sul e oeste de São Paulo e sul de Mato Grosso do Sul

Instabilidades conhecidas por Complexo Convectivo de Mesoescala (CCM) que se formaram sobre o Paraguai, entre a noite de ontem e a madrugada (Foto: Divulgação)

O sudoeste do Paraná contabiliza nesta sexta, dia 7, os prejuízos provocados por uma forte chuva de granizo que ocorreu na noite de quinta, dia 6, por volta das 20h. As pedras de gelo tinham o tamanho de laranjas e prejudicaram um terço do município de Ampére.

Segundo o Sindicato Rural da cidade, cerca de 150 toneladas de uva, que estavam para ser colhidas, foram destruídas. Outros 20 alqueires de melancia também foram prejudicados. Os aviários da região e a produção leiteira também somam prejuízos. Mais de 60 produtores de fumo tiveram as suas lavouras danificadas pelas pedras.

– Estamos com 30% da soja saindo do chão neste momento, vai precisar de replantio por conta dos estragos – explica Adi Rodrigues da Silva, presidente do Sindicato Rural.

O volume de chuva acumulado na cidade foi de cerca de 70 milímetros.

– A chuva foi boa para umidade do solo, só não precisava ter vindo com este granizo todo – comenta.

Instabilidades conhecidas por Complexo Convectivo de Mesoescala (CCM) que se formaram sobre o Paraguai, entre a noite de ontem e a madrugada, foram a razão do transtorno vivenciado pelos produtores e moradores do sudoeste paranaense.

Fora os prejuízos na agricultura, cerca de 1500 casas foram destelhadas e centenas de pessoas tiveram seus veículos danificados. Também choveu forte nos outros Estados da região Sul e em parte de São Paulo.

– O CCM é um sistema comum nos meses de primavera e é favorecido pelo atual canal de umidade da Amazônia – explica a técnica em Meteorologia Patrícia Vieira.

Os maiores acumulados, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ficaram em 72 milímetros em Frederico Westphalen (RS), 57 milímetros em Ibitinga (SP), 32 milímetros em Novo Horizonte (SC) e Ilha do Mel (PR) e 29 milímetros em Erechim (RS). Os ventos associados a este sistema chegaram quase a 100 km/h em Novo Horizonte (SC), e em Dionísio Cerqueira (SC).

Neste sábado, dia 8, o sistema já avança para o Sudeste, mas ainda deve provocar chuvas mais contínuas e fracas entre o Paraná e as áreas centro e norte de Santa Catarina. Por outro lado, o tempo volta a ficar firme e ensolarado no Rio Grande do Sul. A chuva forte e mais duradoura ficará concentrada no Estado de São Paulo e sul mineiro.

– Há chance para queda de granizo entre o sul e o oeste paulistas e sul de Mato Grosso do Sul – avisa Patrícia.

As chuvas também atingem os reservatórios paulistas, mas a sensação de abafamento persiste. Nas demais áreas, as chuvas chegarão no final do dia, após uma tarde quente, de forma bem mais isolada. Somente o norte do Espírito Santo e de Minas Gerais é que ainda ficam com tempo completamente seco, algo que deve mudar a partir do domingo, dia 9.

Pryscilla Paiva | São Paulo (SP
CANAL RURAL
RuralBR

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