quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Não há previsão para fim do trabalho em Santos, dizem bombeiros

Capitão da corporação de SP afirmou que nenhum corpo foi localizado até o momento

   Segundo o capitão da corporação de SP, foram detectados destroços da aeronave em 13 pontos
   Crédito: Ricardo Nogueira / AFP / CP

O capitão do Corpo de Bombeiros de São Paulo, Marcos Palumbo, disse que a equipe deve permanecer por alguns dias no local onde caiu o avião em que viajavam o candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, e mais outros seis passageiros, na manhã desta quarta-feira, em Santos (SP). De acordo com ele, foram detectados destroços da aeronave em 13 pontos, o que dificulta a localização e retirada dos corpos das vítimas e também da caixa-preta. Até o momento, nenhum corpo foi localizado.

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“Não conseguimos ainda localizar os corpos pelo fato de que eles também acabaram sendo fragmentados nessa zona onde caíram restos do avião. Temos que estabelecer metas a curto prazo, por exemplo, de busca nos imóveis. Ela tem de ser detalhada porque não conseguimos identificar o corpo de uma pessoa”, disse Palumbo à Rádio Guaíba.

O Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao Guarujá (SP). Nenhuma das sete pessoas que estavam a bordo sobreviveram, segundo o capitão. “A previsão é de muito trabalho para buscar os corpos das vítimas e a caixa-preta. Será um trabalho exaustivo, possivelmente devemos passar alguns dias aqui”, disse à Agência Brasil.

O capitão disse ainda que os bombeiros vão trabalhar dia e noite. No total, 45 homens estão no local. O avião atingiu casas, academias e lojas comerciais. “É um local que está muito prejudicado tendo em vista a grande amplitude do impacto da aeronave”, afirmou Palumpu, que participou dos trabalhos na queda do avião da TAM no aeroporto paulistano de Conconhas em 2007 e disse que a situação agora é muito mais complicada para o resgate.

“Lá em São Paulo, no Congonhas, você via um avião e os corpos das vítimas. Agora, eu não consigo ter uma visão, verificar as vitimas e onde elas estão. Isso é complicado para as equipes. A gente faz buscas, algumas vezes os escombros das casas te enganam. Ao ver uma cena dessas não tem como não ficar chocado com a situação. É triste até para quem está acostumado a fazer esse tipo de trabalho”, disse.

Morte de Eduardo Campos

Foi confirmada no final da manhã desta quarta-feira a morte do candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, que estava na aeronave que caiu em Santos, no litoral paulista. O ex-governador de Pernambuco vinha de um voo do Rio de Janeiro que teria tentado pousar na Base Aérea de Santos por volta das 10h, mas arremeteu.

De acordo com o Comando da Aeronáutica, a aeronave, que caiu em uma casa na altura do número 50 da Rua Vahia de Abreu, na esquina com a Rua Alexandre Herculano, no bairro do Boqueirão, é um Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, que decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá (SP).

Além do candidato de Eduardo Campos, também morreram no acidente aéreo Pedro Valadares Neto, ex-deputado e assessor particular do candidato; Carlos Augusto Percol Filho, assessor de imprensa; Marcelo de Lyra, cinegrafista, e Alexandre Gomes e Silva, fotógrafo. Os pilotos da aeronave Geraldo da Cunha e Marcos Martins também faleceram.

Biografia

Nascido no Recife em 1965, Eduardo Henrique Accioly Campos entrou na faculdade aos 16 anos. Formou-se em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco aos 20 como aluno laureado e orador da turma. Ele começou a militância política ainda na Universidade, como presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Economia, em 1985. Em 1986, Eduardo trocou a possibilidade de um mestrado nos Estados Unidos pela participação na campanha que levou seu avô Miguel Arraes de volta ao governo de Pernambuco, tornando-se chefe de gabinete. Naquele momento ele iniciava uma carreira política que o levaria a ser candidato à presidência.

Como chefe de gabinete do governador Miguel Arraes, participou diretamente da criação da primeira secretaria de Ciência e Tecnologia do Nordeste, em 1987, e, em 1989, da primeira Fundação de Amparo à Pesquisa da Região, a FACEPE. Entrou para o Partido Socialista Brasileiro (PSB) em 1990 e conquistou, pelo partido, o primeiro mandato, deputado estadual. Na Assembléia Legislativa de Pernambuco, foi líder e um dos mais destacados parlamentares da bancada da oposição.

Chegada ao Congresso

Eduardo Campos chegou ao Congresso Nacional em 1994, eleito com 133 mil votos. A partir de 1995, ele exerceu o cargo de secretário do governo de Pernambuco e, em 1996, o de secretário da Fazenda. Na pasta, também participou de várias iniciativas importantes na área de Ciência e Tecnologia e apoiou o trabalho da Fundação de Amparo à Pesquisa.

Em 1998, foi reeleito para a Câmara Federal como o deputado federal mais votado do Estado. Obteve 225 mil votos. Exercendo o terceiro mandato de deputado federal, conquistado em 2002, Eduardo destacou-se no Congresso Nacional como um dos principais articuladores do governo Lula para a aprovação das reformas da Previdência e Tributária. Em 2003, Eduardo Campos foi empossado ministro de Ciência e Tecnologia. Em sua gestão, o MCT deixou de ser um órgão restrito aos interesses das comunidades científicas e acadêmicas e se transformou em um mecanismo capaz de colocar os conhecimentos dos cientistas à disposição da sociedade.

Em 2005, Eduardo Campos assumiu a presidência nacional do PSB. No início 2006, Eduardo se licenciou da presidência nacional do PSB para concorrer ao governo do Estado pela Frente Popular de Pernambuco. No dia 29 de outubro daquele mesmo ano, foi eleito governador. Em 1º de janeiro de 2007, assumiu o Palácio do Campo das Princesas. Nas últimas eleições, o presidente do PSB foi reeleito governador de Pernambuco com 82,83% dos votos válidos.

Fonte: Correio do Povo, Agência Brasil e Rádio Guaíba
Atualizado em 13/08/2014 18:06

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