terça-feira, 26 de agosto de 2014

Famílias de mortos no Paraguai não conseguem trazer corpos ao RS

Amigos de 23 e 28 anos foram encontrados mortos no distrito de Itakyry.
'A gente está desesperado', disse ao G1 a tia de uma das vítimas.

Dionatan e Lucas estão desaparecidos (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Após 24 dias sem notícias, famílias de jovens receberam notícia sobre
corpos achados no Paraguai  (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Quase um mês após a misteriosa morte no Paraguai de dois jovens de Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul, as famílias ainda não conseguiram trazer os corpos para o Brasil. Os amigos Lucas Morini, 23 anos, e Dionatan Dias, 28 anos, foram encontrados em 27 de julho no distrito paraguaio de Itakyry, a cerca de 100 km da fronteira, e reconhecidos somente três semanas depois por familiares, através de fotos.

De acordo com a Polícia Civil de Bento Gonçalves, trâmites burocráticos ainda precisam ser resolvidos para a concretização do translado. O G1 entrou em contato com o Ministério de Relações Exteriores (Itamaraty) e aguarda retorno sobre o caso.

"A gente está desesperado. Além da tragédia, a gente não tem o direito de ter o corpo aqui", desabafa Andressa Perottoni, 25 anos, tia de Lucas. Familiares já estiveram no Paraguai na semana passada, mas não conseguiram reaver os corpos. Agora, aguardam à distância novidades sobre o caso. "Disseram que a gente tem que guardar alguns dias, mas não sabemos muita coisa", diz.

Conforme a polícia brasileira, os corpos de ambos foram enterrados no Paraguai, e, agora, precisarão ser exumados, já que a lei paraguaia determina o sepultamento, caso familiares não se apresentem até três dias depois da morte.

"Uma tia dele procurou o consulado do Paraguai, que ficou de nos dar notícias. Mas estamos esperando. Só temos mesmo que esperar", comenta o pai de Dionatan, Luiz Carlos da Silveira Dias, 51 anos.

Viagem ainda sem explicação

Os amigos Lucas e Dionatan deixaram Bento Gonçalves, na Serra gaúcha, de carro no dia 25 de julho para ir a Santa Catarina. Eles foram visitar o ex-padrasto de um dos jovens em Palmitos (SC). No dia seguinte, segundo a polícia, cruzaram a Ponte da Amizade que liga Foz do Iguaçu (PR) a Cuidad del Este, no Paraguai.

Os corpos de ambos foram encontrados em 27 de julho em Itakyry, a cerca de 100 km da fronteira com o Brasil, mas só foram reconhecido na última semana por familiares por meio de fotos.

No dia 19 de agosto, a polícia divulgou imagens de câmeras de segurança que mostram o carro usado pelos dois para entrar e sair do Paraguai em 26 de julho, um dia antes de eles serem mortos no país vizinho. A polícia brasileira acredita que eles tenham utilizado um caminho alternativo para voltar ao país vizinho na madrugada do dia dos assassinatos.

De acordo com a delegacia que conduz o caso em Bento Gonçalves, a possibilidade de um latrocínio (assalto seguido de assassinato) não pode ser descartada, já que veículo usado por eles, um Fiat Idea, desapareceu. O inquérito sobre as mortes, porém, será conduzido pelas autoridades paraguaias.

Imagem mostra carro de jovens atravessando a ponte para ir ao Paraguai (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
   Imagem mostra carro de jovens atravessando a ponte para ir ao Paraguai (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Fonte: Do G1 RS

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