sábado, 26 de julho de 2014

Israel amplia trégua humanitária por 24 horas

Porta-voz do Hamas, Fawzi Barhoum, rejeitou a extensão do cessar-fogo

   Tanque israelense na faixa de Gaza
   Crédito: Thomas Coex / AFP / CP

O gabinete de Segurança de Israel aprovou na noite deste sábado uma extensão de 24 horas - até a meia-noite de domingo - da trégua humanitária na Faixa de Gaza, a pedido das Nações Unidas, informou um alto funcionário do governo israelense à AFP.

"O conselho aprovou a solicitação das Nações Unidas sobre uma trégua humanitária válida até a meia-noite de domingo", revelou o funcionário, que pediu para não ser identificado.

O Exército "prosseguirá com suas operações contra os túneis", destacou o funcionário, acrescentando que o cessar-fogo envolve a suspensão dos ataques aéreos, marítimos e terrestre, mas com a manutenção das tropas israelenses no terreno.

O porta-voz do Hamas, Fawzi Barhoum, rejeitou a extensão do cessar-fogo afirmando que "qualquer trégua humanitária não terá valor sem a retirada dos tanques israelenses da Faixa de Gaza, sem que seus habitantes possam voltar as suas casas e sem que as ambulâncias transportando os corpos possam circular livremente".

Durante o sábado, o Hamas rejeitou de fato a ampliação da trégua com o disparo de dezenas de foguetes contra Israel, incluindo sobre Tel Aviv.

Em Paris, em uma reunião internacional para buscar uma trégua duradoura, os chefes da diplomacia de Estados Unidos, Catar, Turquia e de outros países europeus pediram a extensão do cessar-fogo, que a princípio seria de 24 horas. Eles também apelaram por uma trégua duradoura o mais rápido possível, que responda às necessidades legítimas de israelenses e palestinos.

Mais de 1.000 palestinos, em sua grande maioria civis, morreram e outros 6.000 ficaram feridos desde o início da ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza, no dia 8 de julho.

Israel perdeu 40 soldados. Os foguetes lançados de Gaza também mataram dois civis israelenses e um trabalhador tailandês em território de Israel. Há 138 militares hospitalizados, nove em estado grave. 

Os habitantes da Faixa de Gaza expulsos de seus lares pela violência aproveitaram a frágil trégua para voltar aos seus bairros, onde viram cenas de desolação: casas destruídas, corpos enegrecidos em meio às ruínas e poças de sangue sobre as marcas dos tanques israelenses.

Em meio à trégua, as equipes de emergência palestinas já encontraram 147 corpos, sendo 29 no leste de Gaza, 13 nos campos de refugiados de Deir al-Balah, Bureij e Nousseirat, 32 e Beit Hanoun (norte) e 11 em Khan Yunis e Rafah (sul).
 
No setor de Beit Hanun, correspondentes da AFP viram o corpo de um socorrista do Crescente Vermelho em um hospital parcialmente destruído por um bombardeio israelense.


Protestos 
 
Em Paris, a polícia prendeu cerca de 70 pessoas neste sábado durante uma manifestação pró-Palestina, que reuniu milhares e desafiou a proibição imposta pelo governo para evitar distúrbios e demonstrações antissemitas.

Os distúrbios duraram uma hora e meia, no centro da capital francesa, e segundo o ministério do Interior, das 70 pessoas detidas, 40 estão em prisão preventiva. Doze policias ficaram levemente feridos nos confrontos.


Gritando "Israel assassino, Hollande cúmplice" e "todos somos palestinos", mais de 10.000 manifestantes se reuniram em uma praça do centro de Paris, acompanhados por um forte dispositivo policial.

Em Tel Aviv, milhares de israelenses protestaram na noite deste sábado contra a operação militar na Faixa de Gaza.
 
A manifestação, organizada por grupos de esquerda, foi a mais importante contra a ofensiva desde o início dos ataques, no dia 8 de julho passado.

Os manifestantes se concentraram na praça Yitzhak Rabin, apesar da proibição da polícia "por razões de segurança", especialmente diante do risco da queda de foguetes disparados da Faixa de Gaza.

A multidão exibiu numerosos cartazes com os dizeres: "Há outro caminho que a guerra", "Liberdade para Gaza" e "Parem a guerra de ocupação".

Fonte: AFP
Correio do Povo

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