sábado, 30 de novembro de 2013

Violência urbana: "Todos gritavam para eles pararem de bater", conta adolescente que estava em ônibus invadido em Santa Maria

Crianças, adolescentes e adultos foram agredidos por facões e tacos de madeira

"Todos gritavam para eles pararem de bater", conta adolescente que estava em ônibus invadido em Santa Maria Jean Pimentel/Agencia RBS
Após briga, grupo apedrejou o ônibusFoto: Jean Pimentel / Agencia RBS

O tradicional passeio de transporte público de cerca de 10 adolescentes, em Santa Maria, transformou-se em caso de polícia na sexta-feira. Cerca de 40 passageiros da linha Circular Tancredo Neves foram agredidos por volta das 12h45min dentro do ônibus por pessoas que estavam com facões e tacos de madeira em uma ação que durou cerca de um minuto.

Os passageiros foram atendidos no PA da Tancredo Neves. Cinco adolescentes entre 10 e 15 anos tiveram cortes profundos nas mãos e nos braços. Desses, dois foram levados ao Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), e outros dois ao Pronto-Atendimento do Patronato. Outras oito pessoas tiveram escoriações.

Segundo o gerente de tráfego da Expresso Medianeira, João Vicente, essa não é a primeira vez que um ônibus da empresa é atacado. Outras brigas também já ocorreram em veículos desta mesma linha, Circular Cohab Tancredo Neves.

_ Já houve casos do tipo e as pessoas que precisavam saber estão sabendo. Já fizemos boletim de ocorrência na Brigada Militar de outras brigas, mas nenhuma foi tão grave como esta _ relata.

Confira, abaixo, o relato de um adolescente de 15 anos sobre como tudo aconteceu:

Diário de Santa Maria _ Você estava sozinho no ônibus?
Adolescente _ Estava com mais uns 10 amigos. Subimos na parada do Cipriano da Rocha. A gente estava dando voltas de ônibus pela Tancredo Neves.

Diário _ Onde que os agressores subiram?
Adolescente _ Na parada em frente à Escola Augusto Ruschi. O ônibus parou e subiram duas pessoas e uma criança. Quando a gente viu, eles subiram juntos, pelas três portas do ônibus que estavam abertas. A gente nem viu de onde eles vieram. A rua estava quase sem ninguém.

Diário _ Quantos eram e o que eles disseram?
Adolescente _ Eram uns 15. Normais, de camiseta, calça, com o rosto à mostra. Eram já maiores (adultos). Entraram e gritaram: 'Agora vocês vão ver, gurizada'. Aí começaram a bater em todo mundo, com facão, com uns tacos de baseball. Batiam nas crianças, nos maiores, até em idosos e nas crianças de colo. Ao mesmo tempo, quebravam os vidros do ônibus.

Diário _ O que os passageiros faziam?
Adolescentes _ Todos gritavam, e pediam para eles pararem de bater. Se defendiam com as mãos, outros tentavam sair do ônibus.

Diário _ O que tu e os teus amigos fizeram?
Adolescentes _ A gente estava mais no meio do ônibus para o fim. Quando a gente viu eles entrando, tentamos levantar e nos defender, mas não tinha como escapar. Todos nós fomos atingidos de alguma maneira. Quando consegui me livrar, saí correndo rua afora. Mas tive de vir aqui no posto porque estava cheio de sangue. Na hora não vi, mas eles me machucaram (o jovem teve um corte na mão esquerda e foi socorrido no Pronto-Atendimento da Tancredo Neves).

Fonte: Manuela Vasconcellos | DIÁRIO DE SANTA MARIA

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