quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Libertado o primeiro-ministro líbio

Zeidan foi sequestrado quando deixava um hotel da cidade de Trípoli

Libertado o primeiro-ministro líbio  MAHMUD TURKIA/AFP


O primeiro-ministro líbio, Ali Zeidan, foi libertado nesta quinta-feira, depois de ter sido sequestrado por uma brigada de ex-rebeldes, que o manteve em detenção por várias horas, informou à AFP o ministro das Relações Exteriores, Mohamed Abdelaziz.

— Zeidan foi libertado. Mas ainda não temos informações detalhadas sobre as circunstâncias da libertação — disse Abdelaziz.

O porta-voz do governo, Mohamed Kaabar, confirmou a libertação de Zeidan e insistiu que o primeiro-ministro foi "libertado e não colocado em liberdade pelos sequestradores", dando a entender que uma operação foi executada para liberar o político. Kaabar disse que o chefe de Governo está em bom estado de saúde.

Antes do anúncio da libertação, o vice-premier líbio, Al Seddik Abdelkarim, chamou o sequestro de "ato criminoso" e afirmou que o governo não cederia à chantagem de ninguém.

Durante a manhã, o governo líbio informou em um comunicado que o primeiro-ministro havia sido levado para um "local desconhecido, por razões desconhecidas, por um grupo" de ex-rebeldes.

A Célula de Operações dos Revolucionários da Líbia, uma brigada de luta contra o crime, vinculada de forma oficiosa ao ministério do Interior, anunciou que tinha em seu poder o chefe de Governo por "ordem da procuradoria". Zeidan foi detido em aplicação aos artigos relativos aos "crimes e delitos prejudiciais para o Estado e para a segurança do Estado", destacou a brigada, vinculada aos ministérios da Defesa e Interior, mas não de forma oficial.

O governo da Grã-Bretanha e a Otan condenaram rapidamente o sequestro e exigiram a libertação imediata de Zeidan, assim como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. O primeiro-ministro, de 63 anos, foi sequestrado no hotel Corinthia de Trípoli, onde mora, segundo uma fonte ligada ao político.

— Vários homens armados entraram no hotel na manhã desta quinta-feira. Mas não entendemos o que estava acontecendo — disse à AFP um funcionário do estabelecimento.

O sequestro aconteceu cinco dias depois da captura em Trípoli do líbio Abu Anas al-Libi por uma unidade militar americana. A operação provocou a revolta dos grupos de ex-rebeldes e de partidos políticos, deixando o governo líbio em situação difícil. Trípoli classificou a ação de "sequestro" e afirmou que não estava a par da ação.

As autoridades líbias pediram na terça-feira ao governo americano a entrega imediata de Abu Anas al-Libi. Um dia depois da operação, a Célula de Operações Revolucionárias da Líbia anunciou em um comunicado entrava em "estado de alerta máximo ante os atentados à soberania do país cometidos por serviços secretos estrangeiros". O grupo negou, no entanto, qualquer tipo de relação entre a "detenção" de Zeidan e a captura de Abu Anas, segundo a imprensa local. Zeidan, considerado liberal, é primeiro-ministro há um ano.

Fonte: ZERO HORA

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