Zeidan
foi sequestrado quando deixava um hotel da cidade de Trípoli
O primeiro-ministro líbio,
Ali Zeidan, foi libertado nesta quinta-feira, depois de ter sido sequestrado
por uma brigada de ex-rebeldes, que o manteve em detenção por várias horas,
informou à AFP o ministro das Relações Exteriores, Mohamed Abdelaziz.
— Zeidan foi
libertado. Mas ainda não temos informações detalhadas sobre as circunstâncias
da libertação — disse Abdelaziz.
O porta-voz do
governo, Mohamed Kaabar, confirmou a libertação de Zeidan e insistiu que o
primeiro-ministro foi "libertado e não colocado em liberdade pelos
sequestradores", dando a entender que uma operação foi executada para
liberar o político. Kaabar disse que o chefe de Governo está em bom estado de
saúde.
Antes do anúncio da
libertação, o vice-premier líbio, Al Seddik Abdelkarim, chamou o sequestro de
"ato criminoso" e afirmou que o governo não cederia à chantagem de
ninguém.
Durante a manhã, o
governo líbio informou em um comunicado que o primeiro-ministro havia sido
levado para um "local desconhecido, por razões desconhecidas, por um
grupo" de ex-rebeldes.
A Célula de Operações
dos Revolucionários da Líbia, uma brigada de luta contra o crime, vinculada de
forma oficiosa ao ministério do Interior, anunciou que tinha em seu poder o
chefe de Governo por "ordem da procuradoria". Zeidan foi detido em
aplicação aos artigos relativos aos "crimes e delitos prejudiciais para o
Estado e para a segurança do Estado", destacou a brigada, vinculada aos
ministérios da Defesa e Interior, mas não de forma oficial.
O governo da
Grã-Bretanha e a Otan condenaram rapidamente o sequestro e exigiram a
libertação imediata de Zeidan, assim como o secretário-geral da ONU, Ban
Ki-moon. O primeiro-ministro, de 63 anos, foi sequestrado no hotel Corinthia de
Trípoli, onde mora, segundo uma fonte ligada ao político.
— Vários homens
armados entraram no hotel na manhã desta quinta-feira. Mas não entendemos o que
estava acontecendo — disse à AFP um funcionário do estabelecimento.
O sequestro aconteceu
cinco dias depois da captura em Trípoli do líbio Abu Anas al-Libi por uma
unidade militar americana. A operação provocou a revolta dos grupos de
ex-rebeldes e de partidos políticos, deixando o governo líbio em situação
difícil. Trípoli classificou a ação de "sequestro" e afirmou que não
estava a par da ação.
As autoridades líbias
pediram na terça-feira ao governo americano a entrega imediata de Abu Anas
al-Libi. Um dia depois da operação, a Célula de Operações Revolucionárias da
Líbia anunciou em um comunicado entrava em "estado de alerta máximo ante
os atentados à soberania do país cometidos por serviços secretos
estrangeiros". O grupo negou, no entanto, qualquer tipo de relação entre a
"detenção" de Zeidan e a captura de Abu Anas, segundo a imprensa
local. Zeidan, considerado liberal, é primeiro-ministro há um ano.
Fonte:
ZERO HORA
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