quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Rússia determina prisão provisória de ativistas do Greenpeace

Bióloga gaúcha está entre grupo investigado por pirataria

   Cartaz diz "Liberte os ativistas, salve o Ártico"
   Crédito: Igor Podgorny / AFP / CP

Os tripulantes do barco do Greenpeace que organizaram um protesto em uma plataforma de petróleo russa no Ártico e são investigados por pirataria, foram colocados em prisão provisória nesta quarta-feira. "Eles foram levados para centros de detenção provisória depois de interrogatórios", declarou Eugenia Belyakova, ativista do Greenpeace em Murmansk.

Entre os denunciados está a bióloga gaúcha Ana Paula Maciel. Os estrangeiros serão interrogados após a chegada dos tradutores. Os 30 integrantes da tripulação do "Arctic Sunrise", detido em alto mar na semana passada quando seguia em direção a uma plataforma de petróleo da Gazprom, foram levados para vários centros de detenção.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que os 30 integrantes do Greenpeace não são piratas, mas violaram a lei. "Não conheço os detalhes do que aconteceu, mas é totalmente evidente que não são piratas", disse em um fórum internacional sobre o Ártico na cidade de Salekhard. "Mas é completamente óbvio que estas pessoas violaram as normas da lei internacional", afirmou, antes de destacar que os ativistas "se aproximaram perigosamente da plataforma".

"Nossas forças de segurança e nossa guarda costeira não sabiam quem tentava apoderar-se da plataforma sob a aparência da organização Greenpeace. No contexto dos sangrentos acontecimentos no Quênia, qualquer coisa poderia aconter", declarou o presidente russo.

Na terça-feira, as autoridades anunciaram a abertura de uma investigação criminal por pirataria, crime que pode ser punido com pena de até 15 anos de prisão na Rússia. O "Arctic Sunrise", com bandeira holandesa, foi alvo de uma ação na quinta-feira passada da guarda de fronteira da Rússia, departamento vinculado ao Serviço Federal de Segurança (FSB, ex-KGB). Depois foi rebocado para Murmansk.

A ONG denuncia o ataque "ilegal" ao barco e assegura que a embarcação estava fora das águas territoriais russas quando foi detido. A empresa Gazprom deseja iniciar a produção na plataforma Prirazlomnaia no primeiro trimestre de 2014. O Greenpeace denuncia o risco de contaminação em uma área próxima que inclui três reservas naturais protegidas pela legislação da Rússia.


Fonte: AFP
Correio do Povo

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