segunda-feira, 2 de setembro de 2013

EUA envia porta-aviões em direção à Síria

Aeronaves estão a postos caso o presidente Barack Obama dê ordem para atacar

   Após supostos ataques químicos, aumentou a crise na Síria
   Crédito: Abo Shuja / AFP / CP

O porta-aviões americano USS Nimitz está se deslocando em direção ao norte do Mar Vermelho, embora não tenha ainda recebido ordens para dar apoio a um possível ataque contra a Síria, informou a rede ABC nesta segunda-feira. O grupo de ataque do Nimitz, que inclui um lançador de mísseis guiados e quatro destroires, foi mantido no Oceano Índico, por uma "decisão responsável prudente", um segundo declarações de um funcionário ao canal de televisão.

Um oficial da defesa confirmou que o porta-aviões se encontra naquela região, mas não quis informar a localização específica. A embarcação deveria voltar para seu porto de origem, em Everett, Washington, depois de permanecer vários meses em missão no Mar Arábico, quando recebeu ordens para permanecer na área.

Cinco porta-aviões americanos agora estão posicionados em águas mediterrâneas a postos, caso o presidente norte-americano Barack Obama dê a ordem de iniciar o ataque contra a Síria. Em discurso no sábado, na Casa Branca, o democrata anunciou que "os Estados Unidos vão promover uma ação militar contra a Síria". Obama afirmou, no entanto, que pediria autorização ao Congresso americano para uma ação militar.

Síria pede intervenção da ONU para solução pacífica 

O governo sírio pediu nesta segunda-feira a intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU) para evitar mais ataques na Síria. O delegado permanente da Síria nas Nações Unidas, Bashar Al Jaafari, enviou uma carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, oficializando o apelo para que a organização se esforce e alcance uma solução pacífica para a crise. 

No texto, Al Jaafari reforçou que o governo sírio não usou armas químicas, como acusaram autoridades de oposição e alguns países ocidentais e lembrou que o Conselho de Segurança das Nações Unidas deve impedir “todo o uso da força”.

O regime do presidente Bashar Al Assad é acusado pela oposição e por alguns países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, de usar gás tóxico em um ataque ocorrido há dez dias, nos arredores de Damasco, provocando a morte de centenas de pessoas. O regime sírio nega as acusações, mas os Estados Unidos defendem intervenção militar.

Inspetores da ONU estavam até o último sábado na Síria para recolher vestígios de um eventual uso de armas químicas. A comitiva visitou os arredores de Damasco, capital do país. Ontem, o porta-voz da organização, Martin Nesirky, disse que ainda não é possível definir um calendário para as análises do material recolhido e afirmou que os peritos não vão tirar conclusões sobre o uso de armas químicas na Síria antes da conclusão dessas análises laboratoriais.

Representantes do governo sírio disseram que qualquer ação militar americana contra o país seria equivalente a um apoio dos Estados Unidos à "Al Qaeda e seus grupos afiliados". O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, assegurou que os Estados Unidos receberam e analisaram amostras que provam o uso de gás sarin no ataque de 21 de agosto, próximo de Damasco, que foi também atribuído ao regime Al Assad.

O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Al Arabi, disse nesta segunda-feira que é favorável a uma intervenção na Síria, com o apoio da ONU. Al Arabi afastou qualquer divisão entre os países árabes sobre a solução para o conflito. 

Os chefes da diplomacia árabes não fizeram qualquer alusão à intervenção militar, defendida pelos Estados Unidos, mas pediram à ONU e à comunidade internacional que assumam a responsabilidade e tomem medidas contra os autores do ataque do dia 21 de agosto nos arredores de Damasco.

Fonte: AFP e Agência Brasil
Correio do Povo

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