Polícia Militar refuta acusações de estudantes da
Unifesp.
Mãe do auxiliar de limpeza diz que
ele tinha planos de estudar.
Estudantes da Unifesp fazem
protesto contra morte de funcionário em Santos (Foto: Reprodução/TV Tribuna)
A morte do auxiliar
de limpeza que trabalhava no campus da Unifesp em Santos, no litoral de São
Paulo, continua causando polêmica entre os estudantes da unidade. Durante missa
de sétimo dia, realizada nesta quinta-feira (8) em homenagem a Ricardo Ferreira
Gama, assassinado no dia 2 de agosto, os universitários fizeram uma manifestação
e reafirmaram a suspeita da participação de policiais no crime. A mãe do
trabalhador também estava presente e disse que o filho tinha planos de estudar.
A Polícia Militar continua apresentando outra versão.
Ricardo, de 30 anos,
foi executado com oito tiros há uma semana, na esquina da casa dele, no bairro
Vila Nova. Segundo estudantes, a morte pode estar ligada a uma discussão que o
funcionário teve com policiais militares um dia antes do crime, perto da
universidade. A vítima também teria sido agredida. Ainda há marcas de sangue no
local onde as testemunhas dizem que tudo aconteceu. Toda a história é relatada
pelos estudantes nas redes sociais.
A estudante Suelen Abreu, presente à missa de sétimo dia, foi
enfática ao descrever o que ocorreu. "Muitas pessoas viram, naquele dia,
que o Ricardo estava fumando, na frente da faculdade, uniformizado, com o
crachá da empresa. Os policiais o agrediram fisicamente, deram uma cabeçada e
ele estava ensanguentado. Eles o levaram para dentro do quintal de uma casa em
frente. Os policiais continuaram o agredindo e ele pediu socorro, mas foi
levado para dentro da viatura. Os policiais despistaram as pessoas que queriam
saber para onde ele foi. Também não conseguiram fazer nenhum boletim de
ocorrência por conta da ameaça dos policiais”, lembra.
Mãe de Ricardo não se
conforma com a morte do filho
(Foto: Reprodução/TV
Tribuna)
A mãe de Ricardo, Elvira Ferreira da Silva, também compareceu à
missa e não se conforma com o que aconteceu ao filho. "Ele estava
trabalhando. Estava muito feliz com esse emprego, com planos, fazendo alguns
cursos, pretendendo estudar no ano que vem. Meu filho estava muito mudado”,
relata.
Ricardo Ferreira Gama,
funcionário da Unifesp
morto em Santos (Foto: Reprodução/TV Tribuna)
morto em Santos (Foto: Reprodução/TV Tribuna)
Versão da PM
Segundo o capitão Samuel Loureiro, da Polícia Militar, o
auxiliar de limpeza foi abordado quando os policiais atendiam a uma ocorrência
de tráfico de drogas na Rua Silva Jardim. De acordo com o capitão, Ricardo
discutiu com os policiais e ele mesmo teria se machucado. “Nenhuma testemunha
apresentou-se para a Polícia Militar para qualquer tipo de denúncia. Não
recebemos nenhuma filmagem, não houve nenhum contato com a Corregedoria da PM,
nenhuma informação por meio do Disque Denúncia nem da Ouvidoria das polícias.
Os estudantes estão falando pela internet, mas não houve nenhuma comunicação
com relação a isso. Nós temos a versão dos policiais e a versão dos estudantes,
que por enquanto nos é anônima. Se eles estão com medo de fazer essa denúncia,
podem pedir para o Ministério Público acompanhar essa investigação. Nós temos a
lei de proteção à testemunha", explica.
A investigação preliminar instaurada pelo Comando do 6º Batalhão
de Polícia Militar do Interior já foi encerrada, porque os registros do GPS das
viaturas da PM comprovaram que os policiais que participaram da abordagem
estavam em outros locais no momento do homicídio.
A Reitoria da Unifesp, por meio de nota, informou que promoveu
reuniões com os alunos e professores para discutir o caso. A universidade
também afirmou que está em contato com o secretário de Segurança Pública do
Estado e com o prefeito de Santos, para discutir o assassinato do funcionário e
também os problemas de segurança na região.
Unifesp Campus Baixada
Santista, em Santos, SP (Foto: Leandro Campos/G1)
Fonte: Do G1 Santos
Atualizado em 09/08/2013
08h43
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