quinta-feira, 4 de julho de 2013

"Foi uma covardia o modo como mataram ele", desabafa irmão de caminhoneiro morto em Cristal

Renato Langer Kranlow, 44 anos, levava uma carga de lixo reciclável para a Região Metropolitana

"Foi uma covardia o modo como mataram ele", desabafa irmão de caminhoneiro morto em Cristal PRF/Divulgação
Caminhoneiro foi morto por uma pedrada no pescoço em CristalFoto: PRF / Divulgação

Com a voz embargada pelo choro, o pedreiro Dario Kranlow, 45 anos, pede justiça. Na noite de quarta-feira, o irmão dele, Renato Langer Kranlow, 44 anos, foi morto enquanto trabalhava.

O caminhoneiro levava uma carga de lixo reciclável para a Região Metropolitana quando foi obrigado a parar em um posto de gasolina em Cristal, no Sul, onde outros caminhoneiros protestavam. Mesmo obedecendo à ordem dos colegas de profissão, ele teria sido agredido depois de parar o veículo.

O irmão conta que ele telefonou para a família para avisar que estava ferido e que precisava de atendimento médico. Renato procurou ajuda da polícia rodoviária, que o escoltou pela BR-116.

Enquanto dirigia, cerca de sete quilômetros após o ponto do protesto, o caminhoneiro foi atingido por uma pedra. Conforme a Polícia Rodoviária Federal, Renato teria perdido o controle da direção depois de ser atingido, e o caminhão saiu da pista. Segundo a polícia, ele estava desacordado, com um ferimento na garganta.

   Caminhoneiro deixa mulher e dois filhos
   Foto: Divulgação

Dezenas de caminhoneiros também registraram ocorrência na região por terem seus veículos apedrejados durante o protesto. Renato deve ser enterrado às 17h na Colônia Amor Divino, no interior de Pelotas. O caminhoneiro morava no município, no bairro Santa Terezinha, com a mulher e os filhos Eduardo, 19 anos, e Vanessa, 14 anos. 

Dono de dois caminhões, ele era conhecido por estar sempre alegre e adorar o trabalho, que exercia há cerca 20 anos. O gosto pela estrada foi passado para o filho, que decidiu seguir a profissão caminhoneiro. 

Entrevista
“Queremos que o culpado pela morte seja punido”


Em entrevista à Zero Hora, o pedreiro Dario Kranlow, 45 anos, irmão do caminhoneiro morto, relata a indignação da família diante do crime:

Zero Hora — O senhor sabia que Renato estava ferido?
Dario Kranlow — Sim, ele telefonou para a família falando que tinha sido agredido no bloqueio e que precisava de atendimento médico. 

Zero Hora — E como a família soube da morte?
Kranlow —
 Ficamos sabendo que ele foi atingido por uma pedra sete quilômetros depois do bloqueio. Foi uma covardia o modo como mataram ele. É algo que não tem explicação, estamos arrasados.

ZH — E o que a família espera da polícia?
Kranlow —
 Justiça. Acho que isso não pode passar em branco. A polícia tem que encontrar quem fez isso. Queremos que o culpado pela morte seja punido.

Fonte: Fernanda da Costa | ZERO HORA

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