sexta-feira, 5 de julho de 2013

Acidente fatal: Caminhoneiro fazia sua primeira viagem pela nova empresa

Em depoimento, o motorista disse que estava sendo admitido no novo emprego

Caminhoneiro fazia sua primeira viagem pela nova empresa Tadeu Vilani/Agência RBS
Moradores observam os veículos danificados na manhã seguinte ao acidenteFoto: Tadeu Vilani / Agência RBS

A viagem interrompida pelo acidente que matou seis pessoas e deixou outros sete feridos, no km 8 da ERS-404, em Sarandi, era a primeira que o caminhoneiro Gelson Guilherme Dallastra, 26 anos, fazia pela empresa G&M transportes.

Em depoimento à delegacia de Rondinha, o jovem de Chapecó que tombou sua carreta e invadiu a pista contrária na noite de quinta-feira, atingindo um ônibus que levava trabalhadores da Expresso São Miguel, disse que é motorista profissional há seis anos e estava sendo admitido no novo emprego.

>>> Confira depoimento completo do motorista à polícia

Durante pouco mais de uma hora, ele detalhou ao delegado Edson Tadeu Cezimbra a sua versão sobre o acidente. Embora a polícia investigue a hipótese de excesso de velocidade, o caminhoneiro garantiu que dirigia a "mais ou menos" 60km/h, num trecho com velocidade de 80 km/h.

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Depois de fazer a curva, teria sentido a carga de aproximadamente 28 toneladas que transportava — de presunto resfriado e salsichas congeladas — pender para a esquerda. Ao tentar manobrar, perdeu o controle do caminhão.

Segundo o delegado, ele teria invadido a pista contrária para fazer a curva com maior facilidade e não conseguiu retornar.

"(...) após passar a ponte, estava fazendo a curva, diz que notou que vinha um ônibus no sentido contrário, 'se assustou' e tentou puxar o caminhão para a direita, tendo dado um golpe na direção, para não bater de frente, quando então a carreta ladeou e tombou. Nisso ocorreu a colisão", registra o texto do depoimento.

Dallastra, que salientou nunca ter se envolvido em qualquer acidente anterior nos seis anos de profissão, também disse que conhecia a estrada, conforme anotado no seu testemunho:

"Diz que já passou diversas vezes por tal rodovia, seja com caminhão, seja com automóvel, etc. A última vez que passou no local foi há cerca de três meses".

Acompanhado por seu advogado, João Vianei Weschenfelder, o caminhoneiro se prontificou a realizar exames de sangue e urina para comprovar que não havia ingerido qualquer substância proibida. Dallastra disse que havia partido de São Luiz Gonzaga por volta das 15h30min de quinta-feira e havia feito duas paradas antes do acidente, ocorrido às 21h30min, em Ijuí e Sarandi. Seu destino era Belém do Pará.

— Desconfio que há um defeito de engenharia nesta estrada — afirmou o advogado do caminhoneiro, salientando que o trecho é mal sinalizado.

Embora o ponto onde ocorreu o acidente seja conhecido como "curva da morte" entre moradores, não há indicações de curva acentuada ou perigosa. A única placa antes da curva, no sentido Sarandi-Rodinha, indica uma curva comum depois da ponte. 

Confira GALERIA DE FOTOS:


Veja o perfil das vítimas  

 
Gregui Alberto Finato - 24 anos, estava há três meses na empresa Expresso São Miguel. Segundo familiares, Finato costumava ir de moto ao trabalho. No final de semana comentou com parentes que iria começar a ir de ônibus, pois seria mais seguro para ele. O jovem tinha uma namorada e era o único filho homem. Ele tinha uma irmã. 

 
Fernando Braga - 22 anos.  

Moisés Juriati - 31 anos.  

Vanderlei Goppinger - 29 anos, trabalhava há dois anos na empresa. Solteiro, tinha a função de conferente.

Rober de Bona - 28 anos, viajava com seu irmão, Rafael de Bona. Rafael foi encaminhado ao Hospital de Caridade de Carazinho em estado regular. 

Geferson Bertuol - 40 anos, estava dirigindo o ônibus envolvido na colisão. Bertuol era um dos proprietários da empresa Rondi Tur Transportes. Casado, sem filhos, era dono da empresa há aproximadamente 20 anos. Gelson Bertuol, irmão de Geferson, viu o motorista passar com o veículo 15 minutos antes do acidente, quando estaria jantando em um restaurante.

Fonte: Letícia Duarte, de Rondinha | ZERO HORA

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