terça-feira, 30 de abril de 2013

Presidente da Fepam pede afastamento do cargo

Gabriele Gottlieb disse que se sentiu "incomodada" com as investigações da Operação Concutare
   Presidente da Fepam enviou carta ao Chefe da Casa Civil (Crédito: Cláudio Fachel / Palácio Piratini / CP)


     A presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Gabriele Gottlieb, pediu exoneração do cargo na tarde desta terça-feira, por meio de uma carta direcionada ao Chefe da Casa Civil, Carlos Pestana. Segundo o documento, ela tomou a decisão por se sentir incomodada com a investigação da Operação Concutare da Polícia Federal (PF). Assume temporariamente o cargo a Procuradora Geral do Estado, Márcia de Sousa Gomes.

     O depoimento de um servidor da Fepam, que teve início nessa segunda-feira e teve prosseguimento na tarde desta terça na sede da superintendência da Polícia Federal (PF) em Porto Alegre é considerado central para as investigações da operação. A PF considera as informações prestadas até agora "esclarecedoras" para o entendimento dos procedimentos realizados na Fepam.

     As supostas irregularidades acabaram resultando na prisão do Secretário Estadual do Meio Ambiente, Carlos Niedersberg, que presidiu a fundação até o início de abril. O secretário de Meio Ambiente de Porto Alegre Luiz Fernando Záchia também foi preso.

     Pelo Twitter, Gabriele Gottlieb falou da sua decisão: "Acabo de entregar ao Secretario Pestana carta onde coloco o cargo de Diretora-Presidente da FEPAM à disposição. Faço isso para que a Secretaria Mari Perusso tenha melhores condições de tomar as medidas que julgue necessárias na SEMA/FEPAM. Tenho convicção e tranqüilidade que realizei um trabalho sério e dedicado no período que estive na FEPAM."

Prisões

Nessa segunda-feira, a Polícia Federal prendeu 18 pessoas temporariamente - a detenção dura cinco dias, podendo ser prorrogada por mais cinco. Foram presos seis empresários, seis despachantes e seis servidores públicos. Após cerca de dez meses de investigação, a PF identificou diversas quadrilhas que atuavam na aceleração da liberação de licenças ambientais no Estado. Uma rede de corrupção aliciava funcionários públicos para que requisitos legais fossem desconsiderados. Os setores de construção civil e mineração foram alguns dos segmentos beneficiados com as fraudes. A PF apreendeu R$ 468 mil, 44 mil dólares e 5.280 euros - o equivalente a mais de meio milhão de reais.

     O superintendente da PF no Estado, Sandro Luciano Caron de Moraes, convocou peritos ambientais de todo o País para avaliar documentos e analisar supostos danos ambientais, especialmente em função da instalação de empreendimentos imobiliários em Porto Alegre e no Litoral Norte. 

Fonte: Samantha Klein / Rádio Guaíba

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