segunda-feira, 25 de março de 2013

"Quem achar que inquérito está errado, defenda-se", diz presidente de associação de Familiares e Vítimas da Tragédia de Santa Maria

Adherbal Ferreira pediu transparência nos atos sobre a tragédia de Santa Maria
   Adherbal Ferreira (centro) pediu transparência nos atos sobre a tragédia
   Crédito: João Vilnei / Especial / CP


   Familiares, amigos e sobreviventes da tragédia de Santa Maria estão confiantes na Justiça após a conclusão do inquérito da Polícia Civil sobre o incêndio na boate Kissque deixou 241 mortos. “Nossa posição é de neutralidade a respeito do inquérito. Esperamos que a justiça divina seja feita e a dos homens também. Quem achar que está errado (o inquérito), que se defenda”, sintetizou o presidente da Associação de Familiares e Vítimas da Tragédia de Santa Maria, Adherbal Ferreira, em entrevista coletiva nesta segunda-feira.

     A direção da associação sem fins lucrativos voltou a afirmar que está satisfeita com o trabalho policial desenvolvido, que apontou 16 pessoas como responsáveis pela tragédia, além de indicar outros nomes como supostamente envolvidos no fato – entre eles o do prefeito Cezar Schirmer. “90% dos familiares das vítimas concordaram com o trabalho feito pela Polícia Civil”, afirmou. 

     O Ministério Público (MP) trabalha na avaliação do inquérito policial e na elaboração da denúncia. O órgão não descarta que o parecer sobre o caso ainda possa levar alguns dias para ser concluído. Com o feriado da Sexta-Feira Santa, os promotores Joel Oliveira e Mauricio Trevisan terão mais um final de semana para finalizar o trabalho. "Queremos transparência sobre todos os atos", disse Adherbal Ferreira ao falar sobre o trabalho da Promotoria. Após a conclusão da análise, os documentos serão remetidos ao juiz Ulysses Lousada, que atua na 1ª Vara Criminal de Santa Maria. 

Protestos e homenagens

     Adherbal Ferreira aproveitou a ocasião para se posicionar contrário ao ato público que deverá ocorrer ainda nesta segunda-feira no centro de Santa Maria. Os manifestantes se organizam em um protesto para pedir a saída de alguns indiciados que ocupam cargos públicos.

     Já na quarta-feira, quando completam-se dois meses da tragédia, será feita novamente uma homenagem às vítimas. Buzinas e palmas devem ser acompanhadas do soar dos sinos das igrejas. Familiares e amigos dos jovens que morreram no incêndio vão se reunir na Praça Saldanha Marinho para o ato.

Fonte: Renato Oliveira / Correio do Povo

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