Um fato novo e
ainda não investigado até o final ganhou destaque nas apurações sobre o
incêndio na boate Kiss, em Santa Maria.
A Polícia Civil
pediu as imagens das câmeras de vigilância do prédio da Sociedade União de
Caixeiros Viajantes (SUCV) para apurar se procede a denúncia de que uma pessoa
teria entrado no prédio na noite seguinte à tragédia para, supostamente, apagar
arquivos de computadores da prefeitura. No prédio está instalado o gabinete do
prefeito Cezar Schirmer.
As imagens já
foram encaminhadas à polícia pela prefeitura na quarta-feira, dia 13. Conforme
o delegado Marcelo Arigony, que coordena as investigações do incêndio que
deixou 241 mortos e dezenas de feridos, a polícia recebeu, logo após a
tragédia, a denúncia de que alguém teria ido na prefeitura e retirado
documentos — em papel ou HDs de computadores.
Um homem ligado
a uma empresa de manutenção de computadores foi apontado, pelo denunciante,
como quem teria entrado no local de madrugada e feito uma limpeza nos arquivos
da prefeitura. O profissional foi chamado pela polícia para prestar
esclarecimentos e negou que tivesse ido ao local e feito o trabalho.
Há quatro dias,
a polícia recebeu outra pista: câmeras da prefeitura poderiam ter gravado
alguém mexendo em papéis do município. As imagens foram repassadas à equipe
coordenada pelo delegado Arigony. Até as 21h de ontem, porém, nenhum policial
havia analisado o vídeo, que já está em poder da polícia há cinco dias.
O secretário de
Comunicação e Relações de Governo, Giovani Mânica, disse que disponibilizou as
imagens à polícia sem ver o conteúdo gravado. Também informou que, já que a
polícia está investigando o caso, não há planos de abrir uma sindicância
interna para apurar o que houve naquela madrugada. Além das imagens, o
secretário garante que os guardas de plantão naquela noite estão à disposição
da investigação policial.
— Não sei se
alguém entrou na prefeitura na madrugada de domingo (de 27 para 28 de janeiro, um dia após o incêndio na boate),
muito menos quem seria. Mas estamos auxiliando a polícia para saber se isso
ocorreu — disse o Mânica.
Fonte: DIÁRIO DE SANTA MARIA
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