segunda-feira, 4 de março de 2013

Mais de 20 cães morrem por envenenamento no bairro Santa Rita em Passo Fundo

Durante o levantamento da Polícia Civil, realizado na manhã de domingo, foram contados 12 cachorros mortos por envenenamento, mas no início da tarde, já passavam de 20

     O veneno é comprado, injetado no alimento e espalhado pela rua, durante a madrugada. O serviço está feito, basta aguardar os animais ingerirem a carne, espumarem e, finalmente, morrerem. Foram mais de 20 cachorros mortos em uma única rua do bairro Santa Rita, em Passo Fundo, por envenenamento em menos de 24h, entre a madrugada e a tarde de domingo (3).

     Por volta das 2h da madrugada, um dos moradores da rua José Pinto Demaman encontrou dois cachorros mortos e começou os enterrar. Ao amanhecer o domingo, outros dez foram encontrados, alguns ainda espumando. “Eles espumavam pela boca e pelo nariz, o olho dilatava e os decretos saíam do corpo deles, por mais que fizéssemos alguma coisa para recuperá-los, era inútil”, diz, indignado, Elton Luiz de Oliveira, um dos moradores que perdeu três dos seus quatro companheiros.

     Conforme relatos dos moradores, perto das 21h de sábado (2), um veículo foi ouvido passando vagarosamente pela rua e, em seguida, ouviu-se latidos de cachorros brigando: os pedaços de carne e ossos envenenados foram disputados com mordidas e latidos entre os animais. Uma senhora diz ter visto um veículo cinza, passando devagar, e desconfia ter sido o condutor o autor do crime, mas não sabe de qual veículo se trata, tampouco viu a placa.

     Outros cachorros morreram sem ter contato com o alimento, apenas lambendo a salivação dos animais envenenados. “Nós abrimos o portão durante a manhã e meus cachorros saíram, tinha um morto aqui perto, eles foram cheirar e lamberam a espuma. Depois entraram e começaram a se bater. Tremeram e suaram por cerca de 5 minutos, depois morreram”, conta Oliveira, que mora há 10 anos no bairro e nunca havia visto algo parecido.

     A família de Oliveira ficou sem três cachorros e a Mila, uma cadelinha de apenas três meses, sem a mãe. A pequena que ia ser dada para um aluno da mulher de Oliveira, agora continuará com eles, suprindo a falta dos demais cães.

     Outros moradores também perderam seus animais, pois não foram somente os animais de rua que desejaram os pedaços de carne. Ivanel Alves Moreira contou que também perdeu um dos seus cachorros. Lacy, de 10 anos, se soltou da corrente e participou da disputa. “Meu marido tinha ganhado ela, era um presente e ficou muito chateado por perdê-la”, conta.

     A população que mora nas imediações está indignada com o fato, pois, além de muitos moradores perderem seus animais de estimação, todos cuidavam dos bichos de rua, os alimentando e dando carinho. “Muitas pessoas costumam soltar os animais aqui por ser mais retirado, e nós acabamos cuidando”, acrescenta a filha de Ivanel.

     Após o choque, a Brigada Militar foi acionada e compareceu ao local, junto à Equipe Volante da Polícia Civil. Os policiais registraram a ocorrência e chamaram a Codepas, empresa responsável pelo recolhimento de animais mortos do município.

     Oliveira guardou os restos dos ossos e carne que encontrou, a fim de levar ao setor responsável pela análise. “Nós só queremos que quem fez isso, lembre que não colocou em risco apenas os animais, mas as crianças, que costumam brincar com eles. Esses bichos não atacam ninguém, não fazem mal para ninguém”, completou Oliveira.

Fonte: O NACIONAL

Nenhum comentário:

Postar um comentário