terça-feira, 5 de março de 2013

Governo venezuelano anuncia a morte de Hugo Chávez

Vice Nícolas Maduro confirmou "dor imensa" para o país na tarde desta terça-feira
   Presidente assumiu o governo do país em 1999 (Crédito: Juan Barreto/AFP/CP)


     O socialismo latino-americano perdeu um de seus grandes ícones nesta terça-feira, com a morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, aos 58 anos. Ele foi internado em Cuba em dezembro passado e transferido para o Hospital Militar de Caracas em fevereiro, depois que passou pela quarta cirurgia no combate a um misterioso câncer na região pélvica, contra o qual lutava desde junho de 2011. A confirmação do óbito foi feita pelo vice-presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, que destacou a "dor imensa do país".

     No poder desde fevereiro de 1999, Chávez havia sido reeleito mais uma vez no ano passado, dessa vez em uma disputa acirrada com a oposição. Ele cumpriria mandato até 2019, quando completaria duas décadas no poder, em um período no qual se firmou como contraponto às políticas norte-americanas na América. 

     A doença de Chávez era motivo de muita especulação e discórdia. Na Venezuela, 
a oposição questionava as informações divulgadas pelo governo sobre a saúde do presidente. As primeiras imagens de Chávez após a cirurgia de dezembro só foram divulgadas em 15 de fevereiro, com o presidente cercado por duas de suas filhas no hospital em Havana. No dia 18, ele voltou a usar o Twitter para anunciar que havia retornado à Venezuela.

     A primeira informação sobre as condições de Chávez para governar veio no último dia 23, quando o vice-presidente Nicolás Maduro relatou uma reunião realizada dentro do hospital entre o presidente e sua equipe econômica na noite anterior. Segundo Maduro, Chávez se comunicava por escrito. No mesmo dia, a presidente Dilma Rousseff afirmou, após conversa com o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, que o quadro de saúde do colega não era muito preocupante, apesar da piora no quadro respiratório.

     A nova trajetória de luta contra a doença começou no primeiro semestre de 2012, quando Chávez anunciou novo tratamento em Cuba para um misterioso câncer, cuja primeira intervenção havia sido comunicada em 2011. A natureza da "grave doença" divulgada pela imprensa oficial nunca foi revelada, mas o político retornou a Caracas em tempo de fazer campanha para conquistar mais uma vitória.

     Em maio, Chávez foi mais uma vez a Havana para fazer sessões de radioterapia. O tratamento foi declarado um sucesso, mas em dezembro o presidente anunciou o "retorno do câncer". Chávez retornou a Havana para retirada de tumor. O vice-presidente, Nicolas Maduro, anunciou que o procedimento foi um sucesso, mas que recuperação seria mais longa e difícil. O político venezuelano sofreu complicações, com uma infecção respiratória e, posteriormente, 
foi anunciada falha na função renal.

     Tenente-coronel do Exército da Venezuela, Hugo Chávez tentou chegar ao poder pela primeira vez através de um golpe de estado, em 1992. A tentativa de derrubar o presidente Carlos Andrés Perez foi frustrada, no entanto. Ao assumir o governo de forma democrática, em 1999, Chávez logo colocou em marcha a sua chamada “revolução bolivariana”. Ficou marcado pela estatização de grandes indústrias e da máquina petrolífera da Venezuela. Em meio à crise econômica, o país se viu com escassez de alimentos e o presidente também avançou sobre supermercados, ameaçando encampar comércios que não vendessem os alimentos com os preços tabelados, entre outras ações. 

Fonte: Correio do Povo

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