Foto: Marcelo Oliveira / Agencia RBS
Moradores do Bairro Morro Santana, na
Capital, estavam em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), na
manhã de ontem.
As duas estavam na loja de conveniências
de um posto de gasolina quando foram abordadas por homens da Guarda Municipal e
conduzidas ao Conselho Tutelar local. O drama das famílias parecia ter chegado ao
fim. Mas não acabou. Afinal, passariam a noite em um abrigo. O temor é que elas
fujam de lá.
- O conselho não quer trazer, então vou
buscar. Só quero que me garantam que não vão deixá-la fugir - disse o pai de
Gabrielle, Márcio Vianna.
Quatro no
Santana
Cobrador de ônibus na Capital, Márcio não
tem carro - os pais de Sabrina também não. A passagem de avião, a R$ 300, saiu
logo dos planos. A ideia era encarar 12 horas de ônibus, mas o padrinho de
Sabrina, Jeferson Keni, prontificou-se a, de carro, levar o grupo.
- Não vejo a hora de ver minha filha. O
quanto antes - definiu a mãe de Sabrina, Maria Eloá Correa.
Às 18h, com muita esperança e pouca roupa
na bagagem, o Santana 1999 partiu do Morro Santana rumo ao Paraná. Jeferson e
Maria Eloá na frente, Márcio e Roberta Medina (mãe de Gabrielle e mulher de
Márcio) atrás. No encalço das duas fujonas, os quatro esperavam percorrer em
até dez horas os 800km de viagem.
A volta não estava acertada. Por falta de
espaço no veículo, provavelmente Márcio, a mulher e a filha voltarão de ônibus.
Internet
ajudou na localização
Por sites de relacionamento, elas
conversaram com colegas e disseram que estavam em São José dos Pinhais. O
destino final era Umuarama (PR) onde seriam recepcionadas por um amigo de
Gabrielle, de 17 anos.
Para a polícia e a família, viajar para
ver o rapaz seria o motivo para ambas sumirem. Um jovem, com quem elas
mantiveram contato, ligou para o pai de Gabrielle, que então acionou o Deca.
- Nós e o pai da Gabrielle acionamos as
polícias do Paraná. Passamos as características físicas e o provável local. Uma
viatura foi ao posto e as reconheceu - resumiu o escrivão da Delegacia de
Polícia para Crianças e Adolescentes Vítimas de Delitos, Julio Fraga.
Levada ao Conselho Tutelar, a dupla estaria
em boas condições de saúde. Mas Gabrielle negou-se a, por telefone, falar com o
pai:
- Escutei-a dizendo ao conselheiro que não
queria falar com ninguém. Reconheci a voz dela.
Famílias
receberão ajuda
Conselheiros tentaram demover os pais das
duas meninas de ir de carro.
- Achava mais prudente ir de ônibus, pois
o esgotamento mental da família é grande. Mas não tinha como impedi-los. Nós
poderíamos buscá-las, ou os conselheiros do Paraná trazê-las. Mas há uma certa
burocracia para obter autorização e verba - disse um conselheiro tutelar do Rio
Grande do Sul.
Responsável pelo caso na 3ª microrregião
do Conselho em Porto Alegre, Sérgio Pegoraro informou que, na volta, as duas
famílias terão acompanhamento psicológico.
- A preocupação agora é trazê-las para
casa. Isso veremos depois - disse Sérgio.
Entenda o
caso
- Em 19 de dezembro de 2012, Gabrielle e
Sabrina saíram de casa de manhã. No mesmo dia, vasculhando o Facebook, os pais
das duas descobriram que elas havia tramado fugir de casa.
- A polícia foi acionada e, após
investigação, concluiu que o provável destino delas era o Paraná, onde mora um
amigo de Gabrielle.
- Policiais civis pediram a quebra de
sigilo telefônico das meninas, mas até quarta-feira, não havia pistas. Até que,
ontem, um amigo, com quem elas haviam mantido contato, informou o pai de
Gabrielle sobre o paradeiro das meninas. O plano das famílias é rever as gurias
na manhã de hoje.
Fonte:
DIÁRIO GAÚCHO
04/01/2013 | 07h07
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