sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Promotor chama Bruno de facínora no julgamento

Sentença de Macarrão e da ex-namorada deve ser conhecida nesta sexta-feira

     Depois de se manter tranquilo durante a maior parte do julgamento pelo sequestro e morte da ex-amante do ex-goleiro Bruno Fernandes, Eliza Samudio, o promotor Henry Wagner Vasconcelos, encarregado da acusação, foi incisivo em sua apresentação oral do caso nesta sexta-feira no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ao se dirigir aos integrantes do conselho de sentença, Vasconcelos classificou os acusados como "horda de bandidos" e chamou de "facínora" o jogador, acusado de ter tramado o assassinato da ex-amante. O promotor afirmou ainda que réus e testemunhas mentiram na maior parte do tempo.

 
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     Os trabalhos no quinto dia de julgamento tiveram início com cerca de duas horas de atraso, porque a juíza Marixa Fabiane Lopes determinou que o áudio fosse transmitido para fora do plenário, o que demandou uma série de adaptações técnicas no fórum. A magistrada adotou a medida pois proibiu a movimentação no plenário do Tribunal do Júri enquanto estiver ocorrendo o debate entre acusação e defesa. Esses debates vão ter nove horas de duração, sendo duas horas e meia para cada uma das partes, com mais uma hora de réplica e tréplica para acusação e defesa. Após as discussões, os jurados se reúnem para votar os quesitos apresentados na denúncia e, em caso de condenação, a juíza definirá a sentença de cada acusado. 

     Após o desmembramento do processo em relação a Bruno, ao ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e à ex-mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo, permanecem sendo julgados o ex-braço direito do jogador, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e outra ex-namorada do atleta, Fernanda Gomes de Castro. A expectativa é de que conheçam o veredicto ainda nesta sexta-feira. Macarrão é julgado pelas acusações de sequestro, cárcere privado, assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio. Já Fernanda Gomes é acusada do sequestro e cárcere privado da modelo e do bebê que a vítima teve com Bruno.

     Henry Vasconcelos pediu a condenação de ambos, salientando que, para o Ministério Público, Eliza era vítima de sequestro e cárcere privado ao ser transportada do Rio de Janeiro para Minas Gerais pelos acusados. Macarrão e Fernanda tentaram negar o sequestro em seus depoimentos e, apesar de admitirem que a vítima foi assassinada - seu corpo nunca foi encontrado -, negaram qualquer participação direta na execução. "Apesar de termos um homicídio sem corpo, temos um homicídio repleto de provas", disse o promotor, exibindo volumes do processo para os jurados.

     Ele ressaltou que "Macarrão também deve ser condenado, porque sabia" que Elisa seria executada. Em seu depoimento, o então braço direito de Bruno afirmou estar "pressentindo" que a vítima seria assassinado quando a levou, a mando do goleiro, para a região da Pampulha, em Belo Horizonte, para ser entregue a um homem que ele alegou não saber identificar.

Fonte: ESTADÃO conteúdo
Correio do Povo

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