sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Estudantes relatam a PMs abusos sofridos em Santa Maria

Adolescentes revelaram agressões durante palestra em escola

     Uma palestra realizada pela Brigada Militar (BM) foi a oportunidade que quatro adolescentes de uma escola municipal de Santa Maria, na região central do Estado, tiveram para denunciar abusos sofridos no ambiente familiar.

     Segundo o 1º Regimento de Polícia Montada (RPMon), uma menina de 13 anos aproveitou a atividade educacional – que é realizada frequentemente no colégio – para relatar que era abusada sexualmente pelo padrasto. O homem de 35 anos foi chamado à escola pela direção e os policiais militares (PMs) detiveram-no nessa quinta-feira.

     A denúncia da jovem motivou outros três relatos. Duas irmãs de 13 e 16 anos revelaram que eram frequentemente abusadas pelo irmão de 26 anos. A prima das adolescentes, 11 anos, contou que também era molestada pelo tio. A titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, delegada Carla Dolores de Castro Almeida, abriu inquérito para investigar as denúncias.

     Para a conselheira Ana Paula Camilo, do Conselho Tutelar de Santa Maria, as quatro adolescentes relataram serem vítimas de abusos sexuais por se sentirem seguras e acreditarem na ação policial. “Acredito que tenha facilitado por causa da abordagem das policiais, que eram mulheres. A escola é ótima, dá toda a abertura e apoio. Mas acredito que por sentirem uma segurança maior com as PMs, elas fizeram o relato”, pondera a conselheira.

     As vítimas e as famílias serão acompanhadas pelo Conselho Tutelar nas próximas semanas. As quatro adolescentes foram retiradas de casa e encaminhadas para uma instituição, onde ficarão sob o cuidado das conselheiras. Elas passarão por tratamento psicológico, assim como os familiares. “Agora vai ser feito todo um trabalho com a família e com as meninas, para logo após se fazer uma avaliação total pra definir se elas vão retornar pras suas casas”, explica Ana Paula. Ainda não há um prazo para definir o futuro das vítimas. Também não é possível afirmar se as adolescentes continuarão a frequentar a mesma escola. 

Fonte: Renato Oliveira / Correio do Povo

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