quarta-feira, 3 de outubro de 2012

MP pede cassação dos dois candidatos a prefeito em São José do Ouro

Órgão suspeita de compra de votos no município do Nordeste do Estado

     O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a cassação dos registros das candidaturas dos dois políticos que disputam a prefeitura de São José do Ouro, no Nordeste do Rio Grande do Sul, bem como dos dois candidatos a vice. Também foi solicitada a cassação do diploma do que for escolhido na eleição de domingo, que irá ocorrer, de acordo com o órgão. 

     O MPE investiga suposta compra de votos com base em interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça. Os áudios revelam "esquema fortemente estruturado para valer-se da máquina pública e do poderio econômico para a captação do sufrágio por ambas as coligações que disputam o pleito municipal de 2012", diz o órgão. Os candidatos investigados são Ademir Perineto (PSDB) e Gabriel Lottici (PP), pela Coligação Aliança Democrática (PP/DEM/PSDB), e Algacir Menegat (PT) e Vitor Hugo Bergamo (PMDB), da União Popular Democrática (PT/PMDB/PTB).

     O MPE apontou que a situação, representada pela Coligação Aliança Democrática, comprou votos por meio da negociação de cargos junto ao Poder Executivo municipal, da liberação de combustível, ranchos, do fornecimento de consultas médicas, de exames e medicamentos por meio da Secretaria Municipal de Saúde. Já a oposição - Coligação União Popular Democrática - estruturou a compra de apoio nos candidatos a prefeito, vice, e no assessor de campanha Fabiano Carniel, baleado na tarde de terça-feira, no Centro da cidade, em crime possivelmente envolvendo motivação política, segundo apurou a Brigada Militar (BM). O modo de atuação se dá pela entrega de dinheiro, combustível, ingressos e negociações de cargos públicos e outras vantagens, indicou o MPE.

     O policial civil – inspetor – e vereador candidato a reeleição, Osnildo Luiz de Godoi, também foi indicado pelo MPE como participante do suposto esquema criminoso. Ele foi afastado da função que desempenhava na Delegacia de Polícia da cidade, será submetido a um processo administrativo e poderá perder o cargo público.

     De acordo com a promotora Bianca Acioli de Araújo, em 15 dias foi possível obter três mil interceptações telefônicas provando que as duas chapas promoveram crime eleitoral. Ela explicou que a tendência é ocorrer nova eleição no município em data a ser anunciada pela Justiça, se for acatado o pedido do MPE pela cassação dos candidatos. Ela disse que a Polícia Federal está reforçando a segurança na região, que já contava com o apoio do Batalhão de Operações Especiais (BOE) da BM. A promotora e a juíza Paula Moschem Brustolin também contam com proteção policial. Dois procedimentos foram encaminhados ao judiciário. Um deles, criminal, relacionando 49 nomes. O outro, eleitoral, com 15 indicados.

Fonte: Rádio Guaíba

Nenhum comentário:

Postar um comentário