quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Filho de prefeito reeleito é preso em operação policial em Jaquirana, RS

Vereador e coordenador de campanha também foram presos.
Policiais cumpriram mandados de prisão e busca e apreensão em Jaquirana (Foto: Guilherme Pulita/RBS TV)
   Policiais cumpriram mandados de prisão e
   busca e apreensão em Jaquirana
   (Foto: Guilherme Pulita/RBS TV)

     Em operação realizada na manhã desta quarta-feira (31) em Jaquirana, na Serra do Rio Grande do Sul, a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão contra crimes eleitorais, descobertos após investigação com interceptações telefônicas. O filho do prefeito reeleito pela Coligação UNIJAQ (formada pelos partidos PP, PMDB, PPS e DEM), um vereador reeleito pela terceira vez e um coordenador de campanha foram presos. Eles estavam com prisão preventiva decretada pela Justiça.

     Segundo o delegado que comanda a operação, Flademir Paulino de Andrade, foram realizadas escutas de ligações feitas por Ivan Lauro Rauber (filho do prefeito), José Evandro Pereira dos Reis (coordenador de campanha e cabo eleitoral) e Orestes Ângelo Andelieri (vereador reeleito). No total foram 15.665 ligações interceptadas, transcritas em 353 páginas. "O que se viu foi a prática reiterada de crimes eleitorais, principalmente a prática do crime de corrupção eleitoral ativa e passiva, e a prática do crime de transporte de eleitores", informa.

     Conforme a investigação, os três presos falam em doações ou promessas de vantagens em troca de votos, principalmente dinheiro, combustível, máquina de lavar, passagens de ônibus e até de avião, e pagamento de contas. Nas escutas a polícia também constatou indícios de desvio de dinheiro da prefeitura municipal para uso na campanha eleitoral.

Populares se concentram em frente à delegacia (Foto: Guilherme Pulita/RBS TV)
   Populares se concentram em frente à delegacia
   (Foto: Guilherme Pulita/RBS TV)

     Até pouco antes das 9h os presos, levados para a delegacia, ainda não haviam sido ouvidos formalmente. Eles têm o direito de ficar em silêncio e se manifestarem somente em juízo. A partir de agora, a delegacia de Jaquirana tem 30 dias para concluir os inquéritos e enviá-los para a Justiça.

     O advogado de defesa dos três presos alegou inocência. "As denúncias são infundadas, eles são inocentes. Vou me inteirar dos fatos para iniciar o trabalho de defesa", disse Gustavo Paim.

     Durante a operação, moradores da cidade se concentraram em frente à delegacia. Houve um princípio de confusão e policiais permaneceram na rua para monitorar a situação.

     Segundo o delegado Flademir, os presos ficarão sujeitos a penas que poderão chegar a 4 anos de reclusão pelo crime de Corrupção Eleitoral, a 6 anos de reclusão pelo crime de Transporte de Eleitores, a 12 anos pelo crime de Peculato e a 3 anos pela prática do crime de Formação de Quadrilha.

     Poderão ser ajuizadas, também, ações eleitorais próprias para buscar cassações de candidaturas ou de diplomações dos envolvidos. Os presos seriam encaminhados ao Presídio Estadual de Vacaria, onde ficarão à disposição da Justiça Eleitoral.

     Em contato com a prefeitura de Jaquirana, o G1 foi informado que a assessoria de imprensa atenderia a partir das 10h desta quarta.

Fonte: Do G1 RS

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