quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Dose diária de aspirina pode eliminar risco de câncer


Drogas chamadas anti-inflamatórias não esteroidais são conhecidas por sua capacidade de reduzir inflamações


Dose diária de aspirina pode eliminar risco de câncer Mário Brasil/Agencia RBS
  O medicamento inibiu o crescimento de 11 diferentes tipos de células cancerígenas  Foto: Mário Brasil / Agencia RBS

     Tomar uma pequena dose de aspirina todos os dias pode reduzir o risco de câncer e diminuir o desenvolvimento da doença. Este é o resultado de uma pesquisa realizada com mais de 100 mil pacientes pelo American Cancer Society em Atlanta, nos Estados Unidos.

     No estudo, foi revelado que o risco geral de morte por câncer foi 16% menor entre as pessoas que tomavam aspirina diariamente por 11 anos. Óbitos de câncer gastrointestinal caíram em torno de 40%, enquanto outros tipos da doença diminuíram em cerca de 12%. As descobertas, porém, sugerem que o efeito não é tão forte quanto estudos anteriores.

     "Mesmo um benefício relativamente modesto com relação à mortalidade geral de câncer ainda pode influenciar significativamente a balança dos riscos e benefícios da aspirina", afirmaram os cientistas no Journal of the National Cancer Institute. O remédio não reduziu a incidência de câncer de pulmão entre fumantes, sugerindo que o ato de fumar deve neutralizar os benefícios.

     No início do ano, os efeitos curativos da aspirina invadiram os noticiários quando cientistas da The City College, de Nova York, desenvolveram um novo composto à base da droga que, a médio prazo, poderia se tornar uma poderosa arma contra o câncer — com a vantagem de ser bem mais segura do que os remédios usados atualmente.

     A equipe da Escola Biomédica Sophie Davis, instalada na The City College, relatou que a aspirina inibiu o crescimento de 11 diferentes tipos de células cancerígenas, incluindo vários tipos de cânceres, como os de pulmão, cólon, pâncreas, próstata e mama.

     Usadas principalmente como analgésicos, a aspirina e outras drogas chamadas anti-inflamatórias não esteroidais como o ibuprofeno e o naproxeno, são conhecidos por sua capacidade de reduzir inflamações.

     Nos anos 80, concluiu-se que uma aspirina por dia é capaz de diminuir os riscos de infarto e derrame. O problema é que o uso prolongado desta droga tem seus próprios riscos: os efeitos colaterais vão de úlceras hemorrágicas a falência dos rins. Para contornar a situação, os pesquisadores criaram um híbrido de duas formulações antigas, que chamaram de Nosh-aspirina. Eles usaram a aspirina como suporte para duas moléculas que comprovadamente aumentam sua segurança e sua potência.
     Uma delas, o óxido nítrico, ajuda a proteger o estômago. A outra é o sulfeto de hidrogênio, que, já se sabia, aumenta a capacidade da aspirina de combater o câncer. Os pesquisadores suspeitam de que o composto híbrido seria mais eficaz do que apenas uma das drogas isoladamente para elevar o potencial da aspirina contra a doença: apenas 24 horas depois de usada contra culturas de células cancerosas, a Nosh-aspirina demonstrou ser cem mil vezes mais potente que a aspirina comum.

     A expectativa é de que se possa criar uma droga baseada na Nosh-aspirina. Os próximos passos serão testes de toxicidade e ensaios clínicos, e que a possibilidade de um tratamento deste tipo passar a ser oferecido em hospitais e consultórios ainda pode demorar anos até se tornar realidade.

Fonte: VIDA
DIÁRIO CATARINENSE

Nenhum comentário:

Postar um comentário