terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Invasão e depredação interrompem apuração do carnaval de SP


     Um grande tumulto interrompeu a apuração do carnaval de São Paulo nesta terça-feira (21). Houve quebra-quebra, carros alegóricos foram incendiados e pelo menos cinco pessoas acabaram detidas.

     A confusão começou quando um representante da escola Império de Casa Verde invadiu o local onde eram lidas as notas, no sambódromo do Anhembi, e rasgou os envelopes durante a divulgação dos pontos do último quesito. Naquele momento, a Mocidade Alegre liderava, seguida por Rosas de Ouro, Vai-Vai, Mancha Verde e Unidos de Vila Maria.

     A apuração teve de ser interrompida. Torcedores na arquibancada começaram a jogar objetos na área dos organizadores até que conseguiram derrubar as grades e invadir o espaço restrito.

     Houve quebra-quebra. Os torcedores chegaram a atear fogo a carros alegóricos que estavam na área da dispersão, no Anhembi. Pelo menos duas alegorias da Pérola Negra foram completamente destruídas no incêndio.

     Parte dos torcedores saiu do sambódromo e interditou a pista local da Marginal Tiête. Placas que separavam a Marginal do sambódromo foram depredadas e arrancadas pelo grupo.

     Acompanhados pela Polícia Militar, um grupo da Gaviões da Fiel seguiu a pé pela Marginal Tietê para a quadra da escola, localizada a cerca de dois quilômetros do Anhembi. Até o início da confusão, a escola não vinha registrando notas boas na apuração.

Prisões

     O representante da Império de Casa Verde que rasgou as cédulas com as notas foi detido pela Polícia Militar pouco depois do tumulto. Outro integrante da Gaviões da Fiel também foi preso. Além deles, outras três pessoas acabaram detidas pelo tumulto ou porte de entorpecentes.

     Segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, da Deatur, os detidos após confusão no Sambódromo serão autuados em flagrante no posto montado no Anhembi e, de lá, vão seguir para o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros. Ele diz que os crimes cometidos são inafiançáveis.

     No começo da noite, homens da Polícia Técnico Científica faziam perícia no local do sambódromo onde eram lidas as notas das escolas de samba.

Resultado

     Por causa do tumulto, não foi divulgado qual será o resultado do carnaval paulista. No momento da confusão, a Mocidade Alegre liderava a apuração. Os jurados liam as notas do último quesito, "comissão de frente", quando a apuração foi interrompida.
     A ordem da apuração era: 1º Mocidade Alegre, 2º Rosas de Ouro, 3º Vai-Vai, 4º Mancha Verde e Unidos de Vila Maria.

     O presidente da Liga das Escolas de Samba, Paulo Sérgio Ferreira, afirmou que não há possibilidade de anulação das notas. Eles vão fazer um levantamento das notas e, se não forem recuperadas as que faltavam, vencerá quem estava em primeiro lugar no momento em que a apuração foi interrompida.

     Ferreira afirmou que "tem escola que não sabe perder". "O jogo é jogado, a regra é clara. A escola vem na avenida, canta o samba errado e depois quer tirar o julgador de samba-enredo. Vamos ver se tem possibilidade de levantar as duas notas que faltam, se não tiver, vai se manter o resultado que se mantém até agora", disse.

     No início da noite, as notas da Comissão de Frente - quesito que era divulgado no momento da confusão - foram encontradas em um banheiro químico do Anhembi por um diretor da Liga das Escolas de Samba de São Paulo.

Mau comportamento

     O regulamento da Liga das Escolas de Samba afirma que qualquer membro ou dirigente com comportamento inadequado, seja na concentração, na dispersão, no desfile ou na apuração do carnaval, terá sua escola eliminada do concurso e será expulsa da Liga. Na hora da contagem dos votos, os integrantes das escolas não podem pressionar, ameaçar ou agredir a integridade física ou moral de nenhuma pessoa da Liga.

Fonte: Do G1, em São Paulo

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