terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A dura rotina do Plantão Policial

ESPECIAL
  AÇÃO: marcada pelo risco e pelo perigo / Arquivo JM


     A Polícia Civil em Bagé conta com cinco delegacias: a 1ª DP, a 2ª DP, a Defrec (Delegacia de furtos, roubos, entorpecentes e capturas), a Regional (que é administrativa) e a DPPA (Delegacia de Pronto Atendimento).

     Cerca de 80 policiais civis trabalham na cidade que é dividida em duas zonas principais. Na DPPA funcionam, também, os cartórios especializados da Criança e do Adolescente Vítimas e do Menor e Adolescente Infrator. Para ela convergem todas as ocorrências a fim de ser feito o registro policial, o famoso BO (boletim de ocorrência). São atendidas, por dia, entre 50 e 60 ocorrências, pelas equipes de policiais plantonistas. Não só os delitos de rua chegam à DPPA, também são registrados os delitos que ocorrem dentro dos muros correcionais do Presídio Regional de Bagé (PRB).

Dificuldades

     Os policiais da delegacia de pronto atendimento, como a maioria de seus colegas, trabalham em seus plantões com boa dose de heroísmo e abnegação. Numa profissão marcada pelo estresse diário e pelo perigo imponderável – a qualquer momento pode surgir uma situação de risco – o servidor da Polícia Civil não desfruta de um bom salário e desempenha suas funções com uma infraestrutura muitas vezes precária. Segundo os próprios policiais existe uma carência muito forte de efetivo. São poucos os policiais para a demanda de serviço existente. Essa situação sobrecarrega as equipes de trabalho em diversas tarefas policiais, já que atuam somente com dois servidores. 

Fatos marcantes

     Os boletins policiais se caracterizam pela sua imensa diversidade. A perda de documentos é, possivelmente, a ocorrência que tem mais expressão percentual nas estatísticas dos atendimentos. Impressiona a quantidade dessas comunicações. Se por um lado é necessário que o cidadão registre, para fins de direito, a perda de seu documento, esse procedimento, por ser numeroso ocupa demasiadamente as ações de plantão que acabam tendo pouco tempo para outras ocorrências mais graves, além do acúmulo de papel que termina por abarrotar arquivos de registro policial. As apreensões de material que visitantes tentam fazer chegar às celas do PRB se destacam pelo sangue frio e naturalidade dos autores e autoras. Com grande frequência são detidas mulheres com os mais estranhos objetos ocultos no corpo. Nesse particular, as mulheres visitantes usam seguidamente a própria vagina como esconderijo, principalmente pra aparelhos de telefone celular. As prisões em flagrante são outras ocorrências importantes. Muitas vezes o indiciado preso tem que ser colocado na cela, algemado, em função de seu descontrole no momento ou por sua periculosidade e intenção de fugir. Embriaguez, furto e tráfico de drogas despontam como as principais causas dessas prisões. As ocorrências derivadas da Lei Maria da Penha são destaque dos plantões, já que a nova legislação garante medidas protetivas às vitimas. E tudo isso ocorre sem que a grande maioria da comunidade tome conhecimento.

Fonte: Cláudio Falcão / Jornal Minuano / Bagé

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