segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

"Viajávamos na frente e escutamos um estrondo", relata motorista argentino

"Viajávamos na frente e escutamos um estrondo", relata motorista argentino Julio Lemos, Especial/
Carro argentino ficou destruído após a colisão (Foto: Julio Lemos, Especial)


     Planejadas há três meses, as férias de duas famílias argentinas foram interrompidas nesta manhã depois de um acidente na rodovia que liga Rosário do Sul a São Gabriel (BR-290), no limite entre duas cidades. 
     O motorista argentino Guillermo Ciclione, 43 anos, era vizinho da família dizimada na colisão e viajava no carro da frente com a mulher e a filha rumo à Praia da Pinheira, em Santa Catarina, onde passaria 15 dias com os amigos. Próximo ao Km 457 da estrada, escutou o choque da Zafira que pertencia aos vizinhos contra um ônibus da empresa Planalto. 
     No acidente, morreram o casal Leticia Debuck, 40 anos, e Gustavo Andrés Ferraro, 37 anos, e os filhos deles, Matias Nahuel Ferraro, 18 anos, Andrés Lucas Ferraro, 11 anos, e Thiago Benjamim Ferraro, três anos. A única sobrevivente foi a filha adolescente Lucia Belén Ferraro, 16 anos, que está internada na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em Rosário do Sul. 
     — Viajávamos na frente quando escutamos um estrondo. Quando vimos que eles não seguiam atrás do nosso carro, voltamos e nos deparamos com a cena — relata Ciclione.
     Ciclione mora com a mulher e a filha ao lado da casa da família Ferraro em Rosário, na província de Santa Fé. Juntos, os vizinhos passariam duas semanas no balneário catarinense.

Confira a entrevista com o motorista:

ZH — Qual o motivo da viagem de vocês?

Ciclione — Alugamos uma casa em Pinheira [praia de Santa Catarina] para passar férias de 15 dias na praia. Somos vizinhos há quatro ou cinco anos e estávamos planejando viajar há uns três meses.

ZH — Como foi o acidente?

Ciclione — Viajávamos na frente quando escutamos um estrondo. Quando vimos que eles não seguiam atrás do nosso carro, voltamos e nos deparamos com a cena. 

ZH — E depois?

Ciclione —
 Não sei muito bem... chegou a polícia. Recolhemos os pertences deles que conseguimos salvar, colocamos no nosso carro e trouxemos para o hotel.

ZH — Foi o senhor quem avisou os parentes do casal sobre o acidente?

Ciclione 
— Na verdade, liguei para um amigo em Rosário e pedi que ele avisasse o pai do Gustavo. Em seguida acabou a bateria do meu telefone celular. 

ZH 
 Até quando a família do senhor ficará em Rosário?

Ciclione —
 Temos que ver isso também. A menina que restou [Lucia Belém, única sobrevivente da família] está internada e parece que quebrou a clavícula. Minha mulher e minha filha estão lá com ela e queremos esperar ela se recuperar. Éramos muito amigos.

Veja o vídeo com o resgate do motorista do ônibus
 

Fonte: Vanessa Beltrame / ZERO HORA

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